Militares fazem jogo de desestabilização e tumulto a 48 horas das eleições
"É inaceitável conviver com a participação indevida e inconstitucional dos militares como juízes do exercício da soberania popular", escreve Jeferson Miola
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Por Jeferson Miola, para o 247
Em nota à imprensa, Exercito classifica como fake news matéria do Estadão que informa que Alto Comando “garante” que “quem ganhar leva a Presidência”. A matéria diz, ainda, que o Exército “se afasta da auditoria de votos” exigida por Bolsonaro.
No comunicado, o Comando do Exército “manifesta total repúdio” ao conteúdo da matéria jornalística, e diz que “os dados apresentados na matéria são inverídicos e tendenciosos”.
O Exército também comunica que “as medidas judiciais cabíveis estão sendo estudadas” em relação ao jornal devido à referida publicação.
A matéria do Estadão foi ao ar às 10:59h [30/9] e até pelo menos às 19:35h, continuava como destaque principal da capa da edição digital do jornal, o que significa que o veículo sustenta o conteúdo publicado.
Em se tratando de Forças Armadas, não surpreende que conteúdos sejam vazados em off e depois desmentidos ou relativizados por meio de comunicados oficiais em on.
O dado concreto é que as Forças Armadas não têm absolutamente nenhum direito de se intrometer – seja em modo off ou em modo on – em assuntos de domínio exclusivo do poder político e da sociedade civil. Menos ainda para dizer que garante ou que repudia a escolha soberana do povo por meio do voto popular.
No entanto, por meio das suas cúpulas partidarizadas, as Forças interferem de modo ilegal e inconstitucional na política. E na arena da política, empregam as táticas e estratégias que foram adestrados a adotar no campo de batalha – diversionismo, camuflagem, operações psicológicas, confusão, tumulto, distração do inimigo etc.
A menos de 48 horas da proclamação do resultado eleitoral, não poderia ser mais inoportuno este jogo de desestabilização e tumulto promovido pelos militares.
É inaceitável conviver com a participação indevida, indesejável, imprópria, atentatória, ilegal e inconstitucional dos militares como juízes do exercício da soberania popular.
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