Militares e a neo-dependência nacional

Geopolítica da dependência é reviravolta histórica das Forças Armadas brasileiras, tradicionalmente, nacionalistas, como foram Getúlio e Geisel; fazem, agora, o contrário, jogando com antinacionalismo, subordinando-se, aceleradamente, a Trump, sem a menor resistência

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Militares e a neo-dependência nacional


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Geopolítica da dependência é reviravolta histórica das Forças Armadas brasileiras, tradicionalmente, nacionalistas, como foram Getúlio e Geisel; fazem, agora, o contrário, jogando com antinacionalismo, subordinando-se, aceleradamente, a Trump, sem a menor resistência.

A pequena burguesia, que apoia os militares, está, por sua vez, entalada com a trolha que o presidente americano empurra no Brasil; teme o desemprego; o acordo Trump-Bolsonaro detona ela, que depende das agências nacionais de desenvolvimento criadas pela relação Estado e burguesia nacional; são elas as bases de sustentação dos pequenos burgueses.

Conservadora, a pequena burguesia, com sua posição política equivocada, de apoio econômico ideológico a Bolsonaro/Guedes, mata a galinha dos ovos de ouro; são a alienação viva na crença de que o receituário que Trump passa a Bolsonaro é o correto para o interesse nacional: desnacionalização e abertura comercial total; nova era Collor, repetida como farsa.

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Fracasso neoliberal

As viúvas pequeno burguesas tucanas do Plano Real, inseguras, perdidas, batem palmas para Guedes, que está sendo contestado pelos próprios ideólogos do Real, na Era FHC; mudança de ventos.

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André Lara Resende, ex-Plano Real, evidenciou, no Valor Econômico, que Guedes é conceito velho que se desgastou; o norte, para Resende, agora, é outro: pleno emprego.

O tucanato ideologicamente falido escora-se em Bolsonaro/Guedes, mas chega à conclusão de que sua postura neoliberal virou problema; é eleitoralmente inviável; como sobreviver na democracia, sem voto? Só golpe palaciano, como foi o dado em Dilma, e o jurídico, em Lula, não tem fôlego; dá em Bolsonaro, anarquia total.

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Lara Resende, guru econômico de FHC, contraria a pequena burguesia descerebrada; caminha em direção oposta a Paulo Guedes; sua tese – pleno emprego - é a do guru dele, Abba Lerner, adepto de Keynes; para Lerner, o governo, com moeda que emite, gira a demanda; o estado é, portanto, capital; ele lança moeda na circulação para os empresários pagarem tributos; não se trata de aumentar a arrecadação em si; se o governo emite sua própria moeda para que cobrar imposto para arrecadar dinheiro? O imposto é apenas motivação para a emissão e suas consequências desenvolvimentistas.

O pleno emprego se torna alvo da política econômica para manter equilibrados crescimento e inflação; um não sobrevive sem o outro; o endividamento público que caminha pari passu à oferta de moeda passa a ser contido por juro baixo; os governos superendividados não suportam mais juro positivo; os bancos centrais sentaram em cima dos juros, mantendo-os na casa do zero ou negativo; caso contrário, a dívida implode e tudo vai aos ares.

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Fuga da realidade

Bolsonaro e Guedes fogem dessa discussão, que é essencial, para resolver o problema do endividamento público e do gargalo que ele produz, gerando desemprego incontrolável; ficam no acessório; criam, calculadamente, com a recessão induzida, buraco cada vez maior da previdência, para privatizar, abrindo-se à capitalização, como se fosse a solução, a panaceia geral; pura jogada de banqueiro.

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O substantivo é destruição programada do princípio da solidariedade social, que representa o Sistema de Seguridade; o desmonte neoliberal da seguridade, sinônimo da social democracia brasileira, como marca registrada da Constituição de 1988, é que está em jogo.

A mídia privatista faz firula; maneja detalhes técnicos e econômicos, relativamente, ao que se obteria de ganhos numéricos com redução de gastos, mas foge da questão central, eminentemente, política; quem vai pagar R$ 850 bilhões que Guedes quer economizar? Claro, as trabalhadoras rurais, as professoras, os velhinhos etc; terão que trabalhar mais e ganhar menos.

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Nesse cenário, a burguesia nacional está entrando em pânico; o mercado interno cai por falta de consumidores e, igualmente, o mercado externo entra em bancarrota, com a saída do Brasil da OMC, acertada entre Trump e Bolsonaro; consolida-se estratégia da dependência nacional, com o Brasil fazendo papel de otário.

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