Mídia conservadora era 'feliz' com Bolsonaro

"Passada a tempestade das ameaças de Bolsonaro, a mídia volta a atacar Lula para atender aos arroubos concentradores de renda", diz Eduardo Guimarães

Lula e Natuza Nery
Lula e Natuza Nery (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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Uma avalanche de opiniões e "notícias" se abateu sobre o presidente Lula por ele querer dar pão a quem tem fome fazendo o país crescer e trabalhando para reduzir (de novo) aquele que, de longe, é o maior problema do país: a desigualdade. 

Antes de prosseguir, explico que o nível de desigualdade de renda é, também, um alto nível de desIgualdade de oportunidades e uma pá de cal na formação de mão-de-obra qualificada, o que é péssimo para a economia e condena o país a eternos "voos de galinha" na economia. 

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Lula precisa fazer o país crescer para viabilizar uma nova era de redistribuição de renda como a que ocorreu durante os três primeiros governos do PT e que foi revertida pelos golpes de 2016 (impeachment fraudulento de Dilma) e de 2018 (prisão do candidato a presidente líder nas pesquisas), 

Com efeito, o levantamento da FGV Social constata que o número de pobres no país saltou de 3,9% da população para 13,2% depois do impeachment de Dilma. E não foi só a pobreza; a desigualdade disparou no pós-impeachment. O indicador padrão das diferenças de renda voltou a avançar, revertendo a forte queda de desigualdade da era petista. 

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Para reverter esse processo nefasto, Lula precisa fazer o Brasil crescer para ter o que distribuir sem criar uma crise política de proporções catastróficas. Sem crescimento, Lula teria que tirar de quem tem e dar a quem não tem, o que é impraticável nos dias de hoje, por mais justo e necessário que seja. 

Porém, no meio do caminho há um entulho bolsonarista difícil de reverter: "Bob Neto", ou Roberto Campos Neto. Seu avô,  Roberto Campos, o "Bob Fields", foi o primeiro ministro do Planejamento da Ditadura militar (1964 a 1967). Sabe-se lá por que, até hoje incensado pela mesma mídia que ajudou os militares de então a implantar uma ditadura sangrenta no Brasil. 

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Afinal, os primeiros anos do regime militar foram marcados por "reformas e ajustes" econômicos. Uma das primeiras medidas foi a alteração do reajuste do salário mínimo. Com o objetivo de conter o crescimento dos salários, a lei salarial de Roberto Campos não garantia que a correção dos salários fosse feita de acordo com a inflação.

E para que o reajuste do salário mínimo fosse alterado, os militares limitaram o direito à greve e lideranças sindicais passaram a ser perseguidas. Entre 1964 e 1967, período de Campos, o salário mínimo caiu em torno de 35%. 

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Temer e Bolsonaro seguiram a Receita. Agora, usando o neto do sujeito que produziu uma desigualdade monstruosa que só começou a ser revertida com a chegada de Lula ao poder em 2003. Nunca antes na história deste país um presidente tinha conseguido reverter a concentração de renda. Por isso, o povo ama Lula após tanta difamação e injustiças. 

Como este escriba previu dezenas de vezes, a Globo e boa parte da mídia conservadora foram obrigadas a apoiar a eleição de Lula contra Bolsonaro após suas aspirações políticas com João Doria e Sergio Moro terem dado com os burros n'água. 

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Todavia, como sempre disse, essa "lua-de-mel" seria temporária; até Lula começar a adotar políticas redistributivas de renda, como era previsível que faria com base no que sempre pregou e fez em sua carreira política edificante e histórica. 

Todavia, passada a tempestade das ameaças de Bolsonaro à mesma imprensa que o ajudou a chegar ao poder "prendendo" o único que poderia derrotá-lo, a mídia volta a atacar Lula diuturnamente para atender aos arroubos concentradores de renda da banca tupiniquim, que, como até as vidraças dos Palácios de Brasília sabem, controla essa imprensa. 

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Ora, mas por que, diabos, a mídia de trajetória golpista não pede a volta de Bolsonaro? Com ele, os banqueiros eram felizes, os apostadores do cassino financeiro eram sumamente felizes. Eram todos felizes com Bolsonaro e  não sabiam. Só que não...

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