Mentiras sinceras de Bolsonaro não me interessam

Jair Bolsonaro, Renata Vasconcellos e William Bonner
Jair Bolsonaro, Renata Vasconcellos e William Bonner (Foto: Divulgação/TV Globo)


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Normalmente é usada essa frase para atenuar uma atitude reprovável de alguém. Certamente seu público está feliz com declarações falsas de seu presidente, menos as famílias de mais de 680 mil pessoas mortas pela COVID, as milhões de pessoas que entraram no mapa da fome e mais milhares de arrependidos de seus votos em Bolsonaro. É ingenuidade achar que realmente conseguem enganar, mentir, alguém nessa altura do campeonato. Poderia ter reconhecido seus erros e tentar uma estratégia para tentar acertar em um próximo governo e arrebatar eleitores indecisos e com desgosto.

Publicamente, Bolsonaro é incapaz de debater, até precisando anotar pontos chaves em sua mão. Restam a ele, estratégias da extrema direita internacional para ajuda-lo nesses momentos. Essa ajuda dos universitários fascistas de fato ajudou o presidente a desviar dos inúmeros incômodos de seu parco governo até hoje. E são estratégias conhecidas desde o período de Hitler. Hitler também imitava de forma jocosa, os Judeus morrendo na câmara de gás, assim como Bolsonaro tripudiava os doentes de COVID. Não foi uma vez, foram diversas vezes, em lives e vídeos vazados. Mas Bolsonaro jura que não tem nem vídeo dele sobre isso. A resposta no final foi: "Vamos mudar de assunto?"

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Foi ao menos uma mentira por minuto. Ao ser perguntado sobre as ofensas a ministros do STF, ele responde que era fakenews. Existem os vídeos onde claramente diz: “Canalha!”. Diante da pressão, admite que foi dirigida a um ministro específico, porém usa a estratégia de rapidamente mudar de assunto ou linkar com outra questão para desviar do foco no ringue, pois como está bastante comprometido com esse e outros pontos, move o problema para outro lugar. E para isso vale ser algo gritante, um absurdo imenso ou uma grande mentira.

Para esses novos tempos criados a partir de Trump e a nova extrema direita no mundo, o debate e enfrentamento dos fatos não vale mais. Debate e o jornalismo tradicional foram esvaziados. Agora o que vale são novas verdades, passar uma grande convicção de um fato inventado para se tornar real perante o público. Afinal, já dizia Hitler: “As grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha.”. E todas as mentiras compulsivas poderiam ser uma doença chamada mitomania. Essa compulsão pela mentira, que tem por objetivo a autoproteção e o  falseamento da realidade, para parecer melhor é um  adoecimento psíquico, onde a pessoa vive alimentando essas mentiras.

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Além do gosto pelas inverdades, o presidente as usa como estratégia pessoal. Hitler também disse: “Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela.”. São estratégias adotadas pela estrema direita no mundo todo na atualidade, tendo como suporte religiões pentecostais, para controlar as narrativas.  Os diversos casos de corrupção em seu governo, ele minimiza e tenta individualizar apontando para um caso, para diminuir  esteticamente o fato para a população. Nessa grande rede mundial da extrema direita, seu amigo Orbán disse que a Hungria 'não quer virar um povo mestiço', enfrentou diversos protestos no país e diante da pressão, tenta desviar o assunto para a guerra na Ucrânia como estratégia de narrativa.

Bolsonaro vai crescer muito pouco para conseguir derrotar Lula, porém, sua célula é um problema a ser enfrentado em médio e longo prazo, a despeito inclusive pela condução que o mundo vive atualmente com a nova crescente escalada de extrema direita mundial, ódio aos imigrantes e a guerra na Ucrânia e tensão entre China e Estados Unidos. 

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O que fica na imprensa mundial é um presidente  prostituta do Centrão para o jornal francês Le Figaro ou o queridinho da banda podre do Congresso pelo Washington Post. Para seus apoiadores vale o que disse John Ford: “Quando os fatos desmentem a lenda, publique-se a lenda.”. 

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