Mentiras históricas

A mídia já cometeu barbaridades que entraram para a história, mas não costuma realizar autocrítica de análises fatalistas sobre os destinos do país, ou de jogar na lama o nome de homens que conquistaram um lugar na luta pela democracia



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Fatos montados como reais para atender a interesses escusos somente com o tempo são esclarecidos. Mas nem sempre isso acontece. Muitos deles destroem vidas, governos, e até mesmo uma Nação inteira pode vir a sofrer em consequência da montagem de uma cadeia de repercussão irresponsável.

O cidadão brasileiro deve refletir diariamente sobre o papel da grande imprensa. É necessário entender a real intenção da mídia comercial com as previsões agourentas sobre o Brasil, a maioria delas não concretizada, como o apagão de energia, a inflação muito acima da meta, e o caos que teoricamente se instalará no país durante a Copa do Mundo.

As capas de Veja e Época e o colar de tomates usado por Ana Maria Braga em seu programa, para aterrorizar as donas de casa de todo o país com o fantasma da volta da inflação, entrou para a história como uma das tentativas mais ridículas de generalizar um problema simplesmente sazonal.

continua após o anúncio

Cada um de nós é responsável pelo que ocorre no país e não apenas o governo. Devemos nos lembrar principalmente de olhar para nossa participação individual nas mídias sociais. Antes de repetir automaticamente, analisar as razões das teses de terrorismo econômico da direita travestida de jornalistas.

A mídia brasileira já cometeu barbaridades que entraram para a história, mas não costuma realizar autocrítica de seus erros, de análises fatalistas sobre os destinos do país, ou de jogar na lama o nome de homens que conquistaram um lugar na luta pela democracia no Brasil.

continua após o anúncio

Se analistas da imprensa nacional forem tentar se desculpar por previsões equivocadas ou maldosas que já fizeram levariam meses fazendo isso. Um destes episódios aconteceu, jocosamente, dia 1 de abril de 2002, no meu estado, o Maranhão e derrubou a governadora Roseana Sarney, filha de José Sarney que começava a surgir como alternativa real à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.

Roseana renunciou após uma operação da Polícia Federal na empresa Lunus Participações, da qual era sócia, administrada pelo marido Jorge Murad Júnior, onde foram apreendidos R$ 1,3 milhão. A justificativa para a existência da soma no local foi a de ser data de pagamento de pessoal. Nunca se provou o contrário e Roseana .se candidatou, se elegeu e assumiu como senadora em fevereiro de 2003.

continua após o anúncio

Como já disse em artigo anterior, diante de cada fato é necessário se perguntar a quem interessa que qualquer fato pareça verdade. José Serra, candidato à Presidência da República pelo PSDB, necessitava na ocasião agir contra a candidatura própria do PFL. Com efeito, após o escândalo, o partido desistiu de lançar candidato e decidiu apoiar o tucano.

Minha avó dizia que toda mentira tem perna curta. Anos mais tarde, os principais interessados no afastamento de Roseana na presidência, os tucanos e José Serra, passaram a dormir com o sono agitado. Estavam preocupados em saber se Carlos Cachoeira iria entregar, na CPMI, que foi ele um dos autores da denúncia contra Roseana Sarney em 2002.

continua após o anúncio

Tucanos graúdos passaram a agir nos bastidores para impedir que Cachoeira revelasse, na CPI, que sua equipe de arapongas participou dos grampos realizados pela Polícia Federal contra Roseana.

A questão da mentira montada é tão recorrente na história que a questão é objeto da academia. Quando a mídia vira escândalo político, livro do jornalista Edgar Leite, publicado pela Editora Multifoco, traz uma discussão sobre o papel da imprensa na cobertura dos fatos políticos, ao analisar dois grandes escândalos políticos que marcaram o início dos anos de 1990.

continua após o anúncio

Em 1991, governo de Fernando Collor, o então ministro da Saúde, Alceni Guerra, foi acusado de superfaturar a compra de bicicletas que seriam utilizadas para ajudar no combate à dengue. O ministro respondeu por corrupção, mas comprovou-se que a imprensa cometeu equívoco ao acusá-lo sem provas.

O outro caso refere-se ao então presidente da Câmara dos Deputados, Ibsen Pinheiro, em 1993. Após conduzir o processo de impeachment contra o ex-presidente Fernando Collor, foi acusado em CPI de fazer parte da "máfia dos anões do orçamento", e teve seu mandato cassado pela Câmara sendo condenado a ficar afastado da vida pública por oito anos.

continua após o anúncio

Em 2000, o STF arquivou o processo em que era acusado de sonegação fiscal. Após a retomada de seus direitos políticos em 2002 perdeu as eleições para deputado federal, se elegendo dois anos depois o vereador mais votado de Porto Alegre.Em 2006, foi eleito novamente deputado federal.

O caso foi "um dos maiores libelos contra os procedimentos irresponsáveis de nossa imprensa nos idos de 1992-93", segundo Alberto Dines; e "o maior escândalo da história do jornalismo brasileiro do final do século passado", de acordo com Ricardo Noblat.

continua após o anúncio

A Revista Isto É produziu em 1984 a respeito do assunto a reportagem "Como o mau jornalismo transformou US$ 1 mil em US$ 1 milhão e levou à cassação de um forte candidato a presidente do Brasil – Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara dos Deputados, estampando na capa o título Massacrado, em 18/8/2004.

Segundo a socióloga Vera Chaia, professora do Departamento de Política e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP, o livro Quando a mídia vira escândalo político revela as "artimanhas do poder" e a cobertura enviesada de alguns meios de comunicação, como também destaca que a consequência imediata do escândalo para o político é o prejuízo à reputação dos indivíduos envolvidos.

É hora de dizer não aos jogos de poder, aos corvos alarmistas, inimigos do Brasil. Chega de mentiras. Absolutamente, o país sob os governos petistas não está à deriva como querem fazer parecer.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247