Mentira tem pernas curtas

O "Globo" não errou ao noticiar que o filho de Lula recebeu propina de mais de R$ 2 milhões de Fernando Baiano. O "Globo" mentiu! E, pior, com a conivência das autoridades que colheram o depoimento da delação premiada do lobista

O "Globo" não errou ao noticiar que o filho de Lula recebeu propina de mais de R$ 2 milhões de Fernando Baiano. O "Globo" mentiu! E, pior, com a conivência das autoridades que colheram o depoimento da delação premiada do lobista
O "Globo" não errou ao noticiar que o filho de Lula recebeu propina de mais de R$ 2 milhões de Fernando Baiano. O "Globo" mentiu! E, pior, com a conivência das autoridades que colheram o depoimento da delação premiada do lobista (Foto: Ribamar Fonseca)


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O "Globo" não errou ao noticiar que o filho de Lula recebeu propina de mais de R$ 2 milhões de Fernando Baiano. O "Globo" mentiu! E, pior, com a conivência das autoridades que colheram o depoimento da delação premiada do lobista. Baiano sequer citou o nome do filho do ex-presidente, mas o pessoal da Operação Lava-Jato ficou quieto diante da mentira do jornalão carioca, mesmo conhecendo a verdade. Esta semana o jornal dos Marinho se retratou, com uma nota curta na primeira página, sob o título de "O Globo errou", cujo texto lacônico dizia: "Lulinha não foi citado na delação premiada de Fernando Baiano". O desmentido, no entanto, não reduziu muito o estrago na reputação do rapaz, até porque o leitor tende a condenar a priori qualquer pessoa citada pela mídia.

A mentira, na verdade, uma prática que infelizmente virou rotina em nossa Grande Imprensa, teve o objetivo, como tantas outras, especialmente da "Veja", de atingir o ex-presidente Lula. Como até hoje não encontraram absolutamente nada que pudesse incriminá-lo, vale tudo para retirá-lo da corrida sucessória em 2018. A estratégia agora é tentar atingi-lo através dos seus parentes, de preferência os filhos, e, para isso, mentir é apenas parte desse processo ignominioso, o que evidencia a total falta de ética e de escrúpulos da mídia familiar, uma vergonha para o jornalismo sério. E, pelo visto, não descansarão na perseguição do seu objetivo nos próximos três anos, convencidos de que não conseguirão vencê-lo nas urnas.

Ao contrário do que se poderia pensar, no entanto, a retratação do "Globo" não representou uma atitude de arrependimento do mal praticado, mas resultou do temor de uma condenação na Justiça, onde o filho de Lula buscou a reparação para a falsa acusação. Para essa retratação do jornalão carioca deve ter contribuído, também, a recém-aprovada emenda do senador Roberto Requião, que assegura às vítimas da mídia o direito de resposta com o mesmo destaque. Com a sanção da presidenta Dilma Rousseff e a sua entrada em vigor, a nova lei deverá conter a velha prática dessa mídia, de destruir impunemente a reputação alheia, confiante no seu enorme poder de influência. A partir de agora eles deverão pensar duas vezes antes de fazer acusações falsas.

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O comportamento da Grande Imprensa, na verdade, é parte da crise de moralidade que assola diversos setores da vida nacional, inclusive no poder judiciário. Alguns magistrados não estão sequer preocupados com a imagem da Justiça diante de decisões escandalosamente políticas. O mais surpreendente é a atitude do ministro Gilmar Mendes, que faz declarações políticas indiferente aos efeitos que possam produzir na confiança da sociedade. Recentemente ele levantou até suspeitas sobre a legitimidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff, que foi eleita com mais de 54 milhões de votos em eleições livres e limpas. Qualquer cidadão, num regime democrático como o nosso, tem todo o direito de ter suas preferências político-partidárias e emitir opinião. Um magistrado, porém, membro da mais alta corte de justiça do país, não é um cidadão comum: ele tem a grave responsabilidade de julgar e, portanto, não deveria emitir publicamente opinião sobre fatos políticos. Desse modo ele fica impedido, eticamente, de julgar questões políticas, porque suas decisões serão naturalmente suspeitas de contaminação.

Enquanto isso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vive apontando o dedo sujo para Lula, foi pego de calças curtas com a revelação da Operação Lava-Jato, de que o seu instituto recebeu quase R$ 1 milhão da Odebrecht. Ele admitiu o recebimento, mas cândida e cinicamente disse que o dinheiro se destinou à manutenção do Instituto FHC, para ele uma doação normal e legal. Ao mesmo tempo insinua que as doações recebidas pelo Instituto Lula foram propinas. Ele não esclarece, porém, qual o critério empregado para distinguir doação de propina, a não ser que a diferença esteja relacionada com a posição política do beneficiário. Talvez por isso, tudo o que o PT recebeu é propina e tudo o que o PSDB recebeu é doação. Isso explicaria, também, o fato da Lava-Jato só investigar os petistas, embora revelando que o ex-dirigente tucano Sergio Guerra, já falecido, tenha recebido alguns milhões das mesmas empresas. Guerra já faleceu, mas o PSDB continua bem vivo.

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A crise de moralidade, porém, não ficou por aí. O líder da greve dos caminhoneiros, Ivar Schmidt, até então um ilustre desconhecido, declara cinicamente que o movimento não tem nenhuma pauta de reivindicações, pois o seu objetivo é derrubar o governo. "Nós vamos parar este país até Dilma renunciar", disse, numa afronta à legislação e às autoridades constituídas. Certamente por isso a greve não tem o aval das entidades de classe dos caminhoneiros, que distribuíram nota condenando o movimento. O governo deveria agir com mais rigor para conter esses baderneiros, que tumultuam a vida do país, inclusive atrapalhando quem deseja trabalhar. Afinal, isso não é democracia – é anarquia!

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