Melhor jornal da rua Santo Antônio, 1.043
O EX-16 trouxe a reportagem sobre o assassinato do jornalista Vladimir Herzog que viria a ser classificada como uma das 10 que abalaram a ditadura, apanhada de calças curtas. Claro que, depois dessa, o EX, publicação sem patrono e sem patrão, não passou do 16. Era o fim do melhor jornal da rua Santo Antônio
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No começo do novembro de 1975, pelas oito da noite, meia dúzia de jornalistas do primeiro time sobem os 16 degraus que levam à redação do EX-, num sobradinho do Bixiga.
Não era segredo que os editores, em cima do lance, a sangue-quente, iam dedicar o número 16 ao assassinato do colega Vladimir Herzog no Doi-Codi do II Exército.
Os colegas vêm aconselhar a gente a não fazer isso, preocupados com nossa segurança, achavam que íamos cutucar o demo com vara curta.
"Eles estavam com mais medo que nós, só que nós estávamos com a macaca", lembrou Mylton Severiano, o Myltainho, um dos ex-editores. sublinhando que havia um certo sofisma no ar:
"Diziam que, se pediam que não publicássemos, era para nos proteger. Já nós achávamos que proteger seria publicar."
O EX-16 trouxe a reportagem que viria a ser classificada como uma das 10 que abalaram a ditadura, apanhada de calças curtas.
Claro que, depois dessa, o EX, publicação sem patrono e sem patrão, não passou do 16. Era o fim do melhor jornal da rua Santo Antônio.
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