Meirelles agora promete PIB de 3% sem reforma e sem ajuste fiscal

A recente declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o PIB do Brasil crescerá não 2%, mas 3% no ano que vem foi encarada com perplexidade pela colunista Tereza Cruvinel; "Se o PIB pode crescer sem reforma previdenciária e mesmo diante da forte possibilidade de que a meta de déficit de R$ 159 bilhões para 2018 seja estourada, o governo poderia tê-los poupado de tanto desgaste, reclama a turma do baixo clero, com toda razão. Ou então, o ministro está apenas contando lorotas natalinas, que supõe benéficas a seu projeto de tornar-se o candidato a presidente apoiado por Temer e pelo governo, apesar da reprovação quase universal da população", escreve

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia medidas para reduzir os gastos públicos (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia medidas para reduzir os gastos públicos (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Tereza Cruvinel)


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Os deputados da chamada base aliada agradecem, mas esperam um esclarecimento do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.  Há algum tempo ele azucrina os parlamentares governistas com ameaças de caos na economia se não aprovarem a reforma a previdenciária e as medidas do ajuste fiscal para 2018.  Levando pitos de eleitores por onde passam eles resolveram pagar para ver. A reforma subiu no telhado e as medidas do ajuste ficaram para o ano que vem.  Esperavam que Meirelles se descabelasse mas qual não foi a surpresa. Em vez de lamentar, o  ministro milagreiro esqueceu as ameaças de caos e anunciou que o PIB crescerá não 2%, mas 3% no ano que vem!

Se o PIB pode crescer sem reforma previdenciária e mesmo diante da forte possibilidade de que a meta de déficit de R$ 159 bilhões para 2018 seja estourada,  o governo poderia tê-los poupado de tanto desgaste, reclama a turma do baixo clero, com toda razão. Ou então, o ministro está apenas contando lorotas natalinas, que supõe benéficas a seu projeto de tornar-se o candidato a presidente apoiado por Temer e pelo governo, apesar da reprovação quase universal da população.  Os deputados governistas preferem acreditar que nem a reforma nem o ajuste fiscal são cruciais para a economia como o ministro dizia.  Não aprovarão a reforma em fevereiro e talvez deixem caducar a MP 805, tida como fundamental para o cumprimento da meta fiscal do ano que vem. As duas tiram voto. E pelo visto, não farão falta!

A MP 805, editada em outubro, tem que ser votada no inicio de fevereiro. Ela suspende os reajuste salariais negociados com várias categorias de servidores públicos ainda no tempo da presidente eleita Dilma Rousseff. Ela também aumenta de 11% para 14% a contribuição previdenciária dos funcionários que ganham mais do que R$ 5  mil, além de liquidar com alguns benefícios indiretos.  Se o PIB vai crescer como promete Meirelles,  para quê exigir que cometam estas maldades na reta para a campanha eleitoral?

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Meirelles acaba de dispensar a base aliada de cometer estas maldades. 

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