Médico em casa no sertão sergipano
Hoje, 80% dos municípios sergipanos já contam com profissionais do programa Mais Médicos. Nada menos que 350 mil pessoas foram atendidas, em unidades de saúde ou em casa
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alto sertão sergipano, povoado Santa Rosa do Ermírio, município de Poço Redondo, acompanho um dia de trabalho de uma médica cubana, que coisa linda!
as pessoas com as quais conversei sorriam da "fala diferente" dos cubanos que se esforçam em ser claros ao conversar com as pessoas e já estão até pegando o sotaque do sertanejo.
a maneira de atender também encanta os usuários do sistema de saúde, o sorriso sempre pronto, o toque, são comportamentos simples que os mais velhos não cansam de elogiar, dizem que com os médicos brasileiros o atendimento é muito protocolar, com pouco contato visual, caras sisudas e a sensação de que querem se livrar logo do paciente.
Maria Consuelo Rezende Torres, enfermeira do PSF de Santa Rosa, relata que antes os médicos chegavam às 8h e saíam às 10h, 10h30. Em duas horas, prestavam atendimento ambulatorial a 20 e até 25 pessoas.
mas agora, o número de atendimentos pode chegar a 30, mas é feito ao longo do dia com consultas que duram em média de 40 a 60 minutos.
hoje, 80% dos municípios sergipanos já contam com profissionais do programa Mais Médicos.
nada menos que 350 mil pessoas foram atendidas por esses profissionais, em unidades de saúde ou em casa.
antes, uma grande parte desses cidadãos tinham que viajar vários quilômetros somente para fazer uma consulta.
por isso, nessas andanças pelo sertão sergipano, encontrei muita gente que nunca havia sido consultada por um médico.
30 mil pessoas que vivem em regiões onde não havia um único médico, hoje contam com a assistência dos profissionais do programa federal, nas modernas unidades de saúde construídas pelo Governo de Sergipe, já foram construídas 85 Clínicas de Saúde da Família em um estado que tem somente 75 municípios.
agora, os próprios cidadãos, informados sobre o trabalho em outros municípios e povoados, já passam a cobrar dos prefeitos o direito a serem assistidos pelo programa Mais Médicos.
um procedimento me chamou atenção, no consultório, a cadeira do paciente é posicionada ao lado do médico e não por trás da mesa. é uma estratégia adotada em Cuba para aproximar o médico do paciente.
e para aumentar ainda mais essa proximidade, os médicos agora fazem visitas domiciliares.
numa dessas visitas, durante uma tarde de sol a pino, numa estrada de terra ladeada por uma vegetação esturricada, com um céu azul quase sem nuvens a nos cobrir e o gado mugindo sede, acompanhei a doutora Yudith Gnau Peña, cubana, até a casinha simples do senhor Eustáquio Antônio da Silva, 108 anos.
lá ela aferiu a pressão de toda a família, fez recomendações sobre higiene pessoal e alimentação, tomou um cafezinho, ouviu histórias e se despediu com o mesmo sorriso que chegou, no caminho me falou sobre a saúde do ancião: "a pressão dele está ótima, os pulmões limpos, caminha e tem uma boa memória".
pergunto se ela gosta de trabalhar no interior, nessas condições climáticas adversas, ela me diz, sempre sorrindo, que gosta de servir as pessoas, sobretudo as mais desassistidas.
sem saber, ela acabava de me prestar uma consulta, que tem me feito um bem danado.
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