Marta Suplicy foi ‘sórdida’, mas a política é o quê?

Marta não sairia sem atirar. Todo mundo já o sabia. Dilma, Lula e companhia ilimitada. Não faz o seu perfil 'perder'. Muito menos perder e ficar quieta

Marta não sairia sem atirar. Todo mundo já o sabia. Dilma, Lula e companhia ilimitada. Não faz o seu perfil 'perder'. Muito menos perder e ficar quieta
Marta não sairia sem atirar. Todo mundo já o sabia. Dilma, Lula e companhia ilimitada. Não faz o seu perfil 'perder'. Muito menos perder e ficar quieta (Foto: Jean Menezes de Aguiar)


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O que talvez haja de 'melhor' na política, para um observador externo minimamente intelectualizado, é a sordidez e o farisaísmo. Que não se assustem os piegas, os moralistas e os ofendíveis de plantão. O que não é imundo na política brasileira? Quem cospe para cima? Quem atira a primeira pedra?

Dizer, agora, que Marta foi 'sórdida', como reclama o ex-ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi, em inteligente e articulada análise, é uma fala que precisa ser 'interpretada'.

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Marta não sairia sem atirar. Todo mundo já o sabia. Dilma, Lula e companhia ilimitada. Não faz o seu perfil 'perder'. Muito menos perder e ficar quieta.

Sua 'vitória' já começou em 'conseguir' uma página inteira no Estadão com o belíssimo portrait do fotógrafo Felipe Rau. Detalhe: foto escolhida em arquivo, de 2013. A edição da entrevista atual, por certo, quis uma Marta minimamente bonita, afinal ela concedera uma manchete e tanto.

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Marta foi o melhor de Marta. Assou Mercadante, revelando seu 'segredo-sonho' de ser presidente, pondo-o como 'inimigo', inclusive perante largos bolsões petistas. De Dilma falou algumas verdades óbvias que todo mundo sabe, ligadas ao ultrapersonalista centralismo econômico. Dela própria, Marta, não se fez de rogada e teve uma sinceridade transgressora ao confessar que pensou em ser presidente, coisa que todo político mentiroso, perdoe-se o pleonasmo, nega até o último instante. Marta ainda é nova; é claro que visaria a preparar alguma estrada para si, fora o que já é, que não é pouco.

O único senão foi, como mostra Vannucci, certa exposição de Lula. Mas Lula tem couraça forte, aguenta fogo amigo. Aqui, também, Marta agiu como todos no Brasil atual: pode-se bater em qualquer um, menos no mito Lula.

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Quanto ao Partido dos Trabalhadores, a visão escatológica da senadora – 'Ou o PT muda ou acaba'- parece mesmo ser um exagero. Mas um exagero que a imprensa adora, rende manchete e vende jornal. Bingo, não deu outra. A frase de efeito de Marta causou comoção.

A quadra de intelectuais ouvidos pelo próprio Estadão sobre a entrevista de Marta, José Arthur Giannotti, Jairo Nicolau, Maria Celina D'Araujo e Francisco Foot Hardman, parece ser unânime em não 'adivinhar' o fim do PT. Mas também parece naturalmente coesa em apontar falhas e problemas estruturais graves.

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Todos fazem o seu papel nesses episódios. Lula se cala e consegue um interlocutor que o defenda, a pedido ou não. Dilma não precisa de muita coisa para se fazer de superior, tem o cargo máximo, nem dá bola. Acadêmicos são ouvidos e analisam detidamente. E Marta joga suas cartas e faz seu comercial.

Sórdida? Sim, mas é óbvio, responderia a senadora loura como ela própria se refere. E com sorriso triunfante nos lábios. Assim é a política; ou se vai achar que ela é 'honesta'?

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Do blog Observatório Geral

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