Marinaedu ou Edumarina, eis a questão

Não fosse a política a arte de aproximar os contrários fica difícil senão impossível ornamentar os socialistas com os festões reservados para os bovinos de fina linhagem nos leilões de gado fino



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Leio, pasmo nos jornais, que o ministro dos esportes Aldo Rebelo será lançado candidato pelo PCdoB...E mais besta eu fico ao saber que a Soninha Francine poderá ser um o nome para governar São Paulo.

Como se sabe, papel em branco aceita qualquer bobagem. E os chamados analistas políticos,  mais as notícias provocadas pelo zum-zum eleitoral vão enchendo (provavelmente de linguiça) o noticiário na chamada mídia convencional.

Poderia acrescentar como surpresa, mas nem tanto, as especulações sobre um eventual candidato do PDT à presidência: o senador Cristovam Buarque.

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O fato é que a corrida de 2014 já começou, estimulada pelo próprio ex-presidente Lula ao perceber, com seu apuradíssimo faro eleitoral, que as chamadas manifestações poderiam, se não fossem contidas a tempo, desgastar a candidatura Dilma.

Bem pesquisados, os episódios que se sucederam  e  o recuo sensível dos "manifestantes pacíficos" indicam que das ruas não emergirá nenhum monstro eleitoral escondido talvez em algum bueiro.

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Quem teria se aproveitado melhor das marchas e contramarchas seria Marina. Mas na época sequer candidata era. Ainda lutava pela criação da sua Rede.

Houve um momento de impacto, que eu mesmo defini como histórico, na aproximação de Marina com Eduardo Campos. Foi uma grande surpresa.

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Até a candidata oficial – seu marqueteiro dando como certa sua eleição, piscou.

E o lance surpreendente só não se tornou histórico – como eu e o próprio Eduardo Campos afirmamos – porque a mídia vive de crises, falsas ou verdadeiras.

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Assim, tomaram vulto na as incompatibilidades entre os "sonháticos" marinistas e os mais pragmáticos (e portanto menos programáticos) recém apoiadores de Eduardo. Aí compreendidos os Bornhausen, os Heráclitos, e o inominável Ronaldo Caiado.

De fato, não fosse a política a arte de aproximar os contrários – alem de outras atribuições – fica difícil senão impossível ornamentar os socialistas com os festões reservados para os bovinos de fina linhagem nos leilões de gado fino.

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Também é difícil, e talvez impossível, colocar nas paredes dos futuros comitês marinistas as fotos de Chico Mendes, ou dos pais do socialismo clássico, como Robert Owen ou do Conde de Saint Simon.

Eram todos críticos do excesso de  pobreza e desigualdade da Revolução Industrial, inclusive o Conde Saint Simon, porque não?

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Defendiam reformas como a distribuição igualitária de riquezas e a transformação da sociedade em pequenas comunidades nas quais a propriedade privada seria abolida. Dai o "socialismo utópico", de onde, em linha meio distorcida, chegou-se aos "sonháticos"de hoje.

A imprensa viveu nos últimos dias desse alimento essencial: as contradições no eixo Eduardo-Marina e os esforços de ambos para evitar que essas divergências, digamos, ideológicas atinjam o nível de fervura.

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Institutos de pesquisa tiveram de ser mobilizados muito antes da hora para medir a temperatura da água. Nada muito esclarecedor dessa movimentação.

O Datafolha inovou. Fez uma pesquisa onde o eleitor apontava com a dupla preferida, ou seja, o candidato e seu vice. Na inovação, uma chapa Eduardo/Marina perderia para a dupla oficial, Dilma/Temer por 37 a 46.

Invertendo as posições, uma chapa Marina/Eduardo, melhora muito a posição da dupla alternativa. Consegue 42 a 44, empate técnico.

Isso se explicaria, segundo os analistas, pelo ainda baixo grau de conhecimento da candidatura Eduardo, que poderia ser resolvido (ou será resolvido) quando Marina, a exemplo de Lula, pegar Eduardo pelas mãos e passar a informar: olha pessoal, esse aqui é o meu candidato a presidente.

Isso vai acontecer? Ninguém pode garantir. Além do que esclarecer agora quem é quem na dupla pode ajudar ou atrapalhar. Não se inventou ainda no Brasil (felizmente)  uma bola de cristal eleitoral.

P.S. – Eu falo o tempo todo de Eduardo e Marina enquanto ignoro o Aécio. É que o Aécio só vai aparecer como candidato de verdade na propaganda eleitoral gratuita, onde terá muito mais tempo do que Edumarina ou Marinaedu. Poderá inclusive explicar essa história de casamento secreto no Rio, com uma modelo gaúcha. Estranho, não? Foi uma oportunidade inédita que os alguns adeptos da candidata oficial (o pessoal da "guerrilha na internet") não soube, ou não quis aproveitar.

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