Marina dá uma de Bolsonaro
"Marina mostrou que não tem apreço algum pela democracia", diz o colunista Alex Solnik; "Absurda a sua alegação de que Haddad não pode participar do debate da Band de presidenciáveis por questão de dois pesos e duas medidas. Haddad é o vice, portanto seu lugar é no debate dos vices, disse ela", continua; "Por que Marina se apressou em tomar uma atitude que se poderia esperar de um Bolsonaro e jamais de alguém como ela?", questiona
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Marina mostrou que não tem apreço algum pela democracia. Eu já desconfiava, ela sempre tietou a Lava Jato e os algozes de Curitiba que atropelam a constituição. Jamais questionou o obsceno processo de "impeachment". Nem o do tríplex. São sempre maus sinais. Absurda a sua alegação de que Haddad não pode participar do debate da Band de presidenciáveis por questão de dois pesos e duas medias. Haddad é o vice, portanto seu lugar é no debate dos vices, disse ela. Ela que foi vice de Eduardo Campos e o substituiu em 2014 não sabe que o vice substitui o titular sempre que ele se acha impedido? Claro que sabe. Mas quer calar Haddad, quer calar Lula. Quer ganhar eliminando as chances dos concorrentes. Democratas não fazem isso.
Haddad tem que substituir Lula porque Lula não pode sair de onde está. Todos os demais candidatos deveriam até mesmo exigir a sua participação, por questão de justiça. Por questão de igualdade de oportunidades. E porque o debate tem como principal objetivo discutir o futuro de todos nós.
É inacreditável que nem eles nem os organizadores estranhem a ausência do candidato que está em primeiro nas pesquisas - ou de seu vice – e que tem como contribuir com o debate e achem normal a participação de um certo Cabo Daciolo que não tem nada a dizer.
Por que Marina se apressou em tomar uma atitude que se poderia esperar de um Bolsonaro e jamais de alguém como ela? Nem Bolsonaro nem Alckmin foram capazes de agredir dessa forma o processo eleitoral. Se não falaram a favor também não falaram contra. Deixaram para os organizadores. Impedir o debate com Haddad vai de encontro ao seu discurso humanista e tolerante. Por que fez isso? Talvez porque planeje disputar os votos da direita, já que os da esquerda já são de Lula.
Campanhas eleitorais têm esse efeito pedagógico. As atitudes revelam a ideologia dos candidatos. A partir de agora não há como não a definir – ela que nunca se definiu ideologicamente - como candidata de direita, ao lado de Bolsonaro, Alckmin, Meirelles e Álvaro Dias.
Mas a Band que não é de direita nem de esquerda tem que manter a sua tradição jornalística. Lula participou de todos os debates presidenciais da emissora desde 1989. Não há porque ficar fora desse, representado por seu vice, agora que tem um.
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