“Maria Fofoca” anuncia a Cova América

Luiz Eduardo Ramos / Copa América
Luiz Eduardo Ramos / Copa América (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reuters)


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Depois de ser rejeitada pela Colômbia e Argentina, a Copa América será realizada no Brasil de Bolsonaro. Com a pandemia sem controle e o ritmo de vacinação mais lento que nos meses anteriores, circula um chiste dizendo que será a edição “Cova América”. É, no mínimo, historicamente coerente com o genocídio dos povos nativos praticado pelos invasores europeus, entre os séculos XVI e XVII, também através da peste.

O ministro da Casa Civil e administrador do Bolsolão, general Ramos (conhecido como “Maria Fofoca” que tomou vacina furtivamente por medo do seu capitão), usou o twitter para dizer que “venceu a coerência”, pois o país que sedia outros torneios de futebol “não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este”, contando com os estados de Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal para receberem os jogos e as novas cepas do coronavírus. Tentando manter uma distância segura, o governador BolsoDória desistiu de oferecer o “Tucanistão” como sede para o torneio após “ouvir médicos e cientistas”. Tudo indica que a cepa paulista do bolsonarismo, apesar de igualmente ameaçadora, pretende parecer menos letal.

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Como apontam cientistas e pesquisadores, a terceira onda promete transformar-se num tsunami que levará ao conhecido colapso o sistema hospitalar e, por consequência, o funerário. Depois dos aterrorizantes meses de fevereiro, março e abril, o general inverno irá nos mostrar que não é fraco, covarde, mentiroso e desqualificado como alguns que utilizam a farda em nosso Exército. O aumento do número de casos e internações mantém os leitos de UTI, nas principais cidades, com mais de 90% de ocupação. A chegada da variante indiana promete dias inglórios de horror e tristeza.

O governo que demorou dez meses para responder às propostas de 100 milhões de doses de vacinas oferecidas pela Pfizer, contestou no mesmo dia e garantiu a vinda do torneio que outros países da América se recusaram a receber por falta de condições sanitárias. Indignado, o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) apelou que Neymar não aceitasse a atitude do governo, procurando algum senso de humanidade no playboy sonegador de impostos que sorri em fotos ao lado do genocida. Como disse Juca Kfouri, o menino Ney e Bolsonaro “nasceram um para o outro”.

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Enquanto a CPI do Genocídio desvenda os caminhos que o governo utilizou para matar o povo brasileiro (infelizmente, sem deter-se ao crucial papel do Exército e seu Comando para o morticínio em curso), o governo tira o pão, exclui vacinas (como a Sputnik V) e libera o futebol. Receita perfeita da tragédia social desde a antiguidade. A indignação coletiva se avoluma. As manifestações de 29 de maio permitiram perceber que está sendo gestada no seio da sociedade, tendo os jovens como protagonistas, os novos ares que libertarão o país do verme e do vírus.

 Bolsonaro e seus generais são a síntese do mal com o atraso e se qualificam, dia após dia, para os tribunais internacionais sob acusação de crime contra a humanidade. Jair, marmita de milico, é apenas uma cepa do Partido Militar que, por sua vez, precisa ser extinto do nosso campo político. O país não suportará mais dois anos de incompetência fardada. A realização da Copa América é uma afronta ao Brasil e ao povo brasileiro, mais uma demonstração da degeneração dos Oficiais que apoiam o governo e das forças armadas que se permitem ao lamaçal dos assassinos, sanguinários, oportunistas e indignos: o lixo autoritário deixado pela ditadura militar de 1964. Este é mais um momento para as instituições democráticas demonstrarem que funcionam, colocando um freio ao desatino homicida de Bolsonaro e seus lacaios generais. O Brasil não merece ser a cova da América.

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