Marco Feliciano e o medo de calarem a voz dos falsos profetas

Marco Feliciano e a bancada evangélica, sabem muito bem que políticos ligados à Igreja adquirem uma imunidade parlamentar divina e sobrenatural, ao vincularem seus nomes ao projeto de Deus para o país



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O estado evangélico miliciano de direito está descontrolado. Depois de Silas Malafaia se manifestar contrário a prisão do deputado Daniel Silveira, agora foi a vez de outra figurinha carimbada no álbum das estrelas do charlatanismo religioso brasileiro, mostrar a sua indignação. Mais do que isso, uma preocupação mais do que justa, com a liberdade de expressão que ele costuma usar para fazer, entre outras coisas, tomar posse da senha do cartão de crédito de seus fiéis. Tudo em nome de Jesus, é claro. Afinal, estamos falando de mais um “ungido” do senhor. E ai daquele que tocá-lo....

O pastor deputado Marco Feliciano, o homem dos dentes de 157 mil reais, publicou em seu Twitter que, “Se hoje o STF cala um deputado, o que impede de amanhã calar os pastores do Brasil”, comentando a decisão unânime dos ministros da suprema corte, que manteve a prisão do bombado feroz que jurava estar disposto a matar e a morrer, em nome de sua...o quê mesmo? Aliás, qual o nome do deputado? Miliciano de quê? Me desculpem o “Fuxismo”, mas o grau de relevância do parlamentar, tamanha a sua inadequação ao cargo que ocupa, não me permite conhece-lo muito bem.

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Voltando à preocupação de Feliciano, eu diria que, apesar de não muito pertinente, ela foi manifestada apenas de forma tendenciosamente preventiva. Não muito pertinente por dois motivos. Primeiro, é o que STF não costuma tomar decisões que beneficiem o povo duas vezes. É tipo aquela história do raio que não cai duas vezes no mesmo lugar. Segundo, é que parte do dízimo arrecado por essas seitas neo pentecostais, é capaz de promover um acordo de paz entre todos os poderes. E o religioso é o quarto poder do país. Mas sonha em se tornar o primeiro. Como já profetizou a ministra Damares Alves, do alto do galho da goiabeira: “É o momento de a Igreja ocupar a nação”

A sua intenção foi colocar as ovelhas em estado de alerta, sugerindo uma possível perseguição ao cristianismo e ao povo de Deus, representados no parlamento por figuras que o criador do universo jamais escolheria para falar por ele aqui na terra. Eu fico imaginando Deus, no meio da madrugada, surgindo ao pé da cama de Marco Feliciano o convidando para ser seu porta voz no Brasil. “Acorda, meu filho Marquinhos! Tenho uma missão para você. Você vai se juntar a Eduardo Cunha, outro fechamento meu no congresso, e vai ajudar a transformar o Brasil numa grande nação cristã” Nem a esquete mais subversiva do “Porta dos Fundos” colocaria Deus numa situação como esta.

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Até porque, se levarmos em conta as últimas indicações feitas por “Deus” para o parlamento, e, se é ele mesmo quem está governando a nação, com dizem os pastores aliados ao bolsonarismo, ele corre o sério risco de sofrer um processo de impeachment. Não é porque ele é Deus, que ele acha que vai nos convencer de que Flordelis, Otoni de Paula, Pastor Everaldo, Marcelo Crivella e outros igualmente nocivos ao bem estar coletivo, apenas por serem seus “filhos”, são seus representantes de fato.  Aliás, eu sugiro que Deus peça um exame de DNA nessas criaturas. Não quero causar intriga na criação não, mas eles não parecem seus filhos. Inclusive, eles têm até uns traços do seu maior inimigo. Gostam de mentir, roubar, matar.... Cala-te boca!

Marco Feliciano e a bancada evangélica, sabem muito bem que políticos ligados à Igreja adquirem uma imunidade parlamentar divina e sobrenatural, ao vincularem seus nomes ao projeto de Deus para o país. É a sua principal plataforma eleitoral. Imaginemos se alguém que usasse o nome de Deus para enriquecer, sem ter recebido a devida “unção” para semear o seu mal caratismo como evangelho, conseguiria conquistar os votos dos “cristãos” do país? Óbvio que não. E qual é o projeto de Deus para o país nesse momento? Soltar Daniel Silveira e legitimar a pavimentação de um caminho para um golpe fatal no estado democrático de direito, que começa com ataques violentos e criminosos às instituições, e termina com a implementação de um novo modelo de ditadura, onde a Igreja, assim como na idade média, voltaria a ter um papel decisivo no tribunal de exceção a ser instaurado.

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Os pastores receberiam um poder vindo dos “céus” e viriam a julgar os vivos e os mortos, que não rezassem na sua cartilha. Como Malafaia ameaçou fazer com os deputados do clero que votassem a favor da manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira. O STF só começaria a calar pastores como Marco Feliciano, se descobrisse que eles são parte integrante e fundamental no processo de desestabilização da ordem democrática no país. E eu não sei se a suprema corte estaria disposta a “descobrir” plano tão claro e público, pelo menos para aqueles que ainda não se deixaram cegar pela alienação, e coibir a sua sequência.

De toda forma, por vias das dúvidas, Feliciano já deixou o seu exército de sobre aviso, criando a teoria conspiratória de uma suposta perseguição aos cristãos que está por vir. E as suas ovelhas adoram teses conspiracionistas, como a que define a vacina contra a Covid 19 como: “A marca da besta” Elas, as ovelhas, só ainda não conseguiram perceber que são vítimas fiéis da maior conspiração religiosa já produzida por aqui. O neo pentecostalismo político. Um cristianismo que louva a um Deus violento, torturador, preconceituoso, elitista, fascista, mentiroso, bélico e armamentista, que enviou um genocida como messias e salvador da pátria. Esse é o Brasil e o Deus, que eles colocam acima de tudo e de todos.

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Se calarem a voz dos falsos pastores, a voz do verdadeiro Deus será ouvida.

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