Mais uma dieta/bobagem: o jejum intermitente
"Ora bolas, os estudiosos de nutrição não cansam de repetir que, se você não tem um problema metabólico e nem compulsão para comer em demasia, a dieta correta é comer de tudo, desde que de forma balanceada, moderada, preferencialmente de três em três horas"
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Embora ela exista desde 2013, eu não a conhecia. Fui apresentado a essa senhora ao ler uma reportagem no jornal O Globo: a dieta do jejum intermitente.
Mais uma bobagem na qual pessoas acreditam que possam ser útil para manter a forma, manter o corpo saudável, emagrecer.
Diz a reportagem, assinada pela repórter Evelin Azevedo: “o método estourou em 2013, com o lançamento do livro ‘A dieta dos dois dias’, escrito pelo médico inglês Michael Mosley”.
“Com o tempo saiu de moda, para recentemente voltar a explodir”, principalmente com “o apoio da tecnologia de ponta, na forma de aplicativos de celular que ajudam a cumprir as regras radicais do regime”.
Resumidamente, na tal da dieta a pessoa se alimenta normalmente durante cinco dias na semana e nos outros dois ingere, no máximo, 500 calorias.
Embora devamos considerar que cada organismo tem uma necessidade necessária de calorias diárias para funcionar bem, a Organização Mundial da Saúde sugere que, em média, o ser humano deve ingerir 2.500 calorias diariamente.
Fico sabendo que a atriz norte-americana Jennifer Aniston, a modelo Gisele Bündchen e a apresentadora Sabrina Sato são adeptas da tal dieta. E me pergunto: por que cargas d’água essas três mulheres podem precisar de uma determinada dieta programada, seja ela qual for?
Ora bolas, os estudiosos de nutrição não cansam de repetir que, se você não tem um problema metabólico e nem compulsão para comer em demasia, a dieta correta é comer de tudo, desde que de forma balanceada, moderada, preferencialmente de três em três horas.
Republico parte do que escrevi há mais de dois anos aqui mesmo neste espaço.
“A premissa básica da boa alimentação, da alimentação saudável é comer de tudo. Moderadamente, mas de tudo. O que nos dá saúde, energia, é uma alimentação diversificada, balanceada. Açúcar, sal, gordura, carboidratos, proteínas, vale tudo. Só não vale uma coisa: basear a nossa dieta em alimentos ultraprocessados. Há pesquisas que mostram que, em alguns países desenvolvidos, os ultraprocessados correspondem a 60% da ingestão diária de energia, sendo uma das causas da obesidade”.
O nosso organismo foi desenvolvido para ingerir, transformar em energia, qualquer tipo de alimento: proteínas, cereais, gorduras, sal, açúcar, carboidratos, legumes, fibras, frutas, leite, ovos, feijão, arroz, pimenta, ervas; até o glúten, um dos vilões do momento. Epa, e os celíacos? Simples, não podem comer derivados de trigo, aveia, cevada, centeio, pois correm até risco de morte. Só que há pessoas que não ingerem o glúten porque acham que faz mal. Esse tipo de restrição também vale para os alérgicos ao ovo e ao camarão, por exemplo.
Como diz a nutricionista paulistana Marcia Daskal, especialista em nutrição e dietética, idealizadora do que ela chama de Nutrição Amorosa: “um modelo específico ou mesmo a restrição a um determinado ingrediente não são a chave para a ter uma saúde melhor ou para emagrecer. O melhor é comer menos”.
O ideal mesmo para controlar a alimentação é, como eu sempre digo, ir para a cozinha e fazer a sua própria comida. É simples, fácil, saudável e, certamente, lhe deixará mais feliz. Comer tem que ser uma coisa simples, descomplicada, prazerosa, enfim.
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