Mais do mesmo? Pois é...

Quanto mais se fala dessa corja, mais o bolsonarismo sobrevive

Michelle e Bolsonaro em convenção no Maracanãzinho e joias
Michelle e Bolsonaro em convenção no Maracanãzinho e joias (Foto: Ricardo Moraes/Reuters | Reprodução/Twitter)


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Tanto em mensagens pessoais como em conversas de botequim, leio e ouço cada vez mais – vindo inclusive de amigos de longuíssima data – o mesmo argumento: basta de falar de Jair Messias, de sua quadrilha familiar, de seus asseclas fardados, empijamados ou vestidos do que for.

Quanto mais se fala dessa corja, mais o bolsonarismo sobrevive.

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Tem lá sua lógica, tem lá sua razão.  

Mas a verdade é que a cada dia surgem novas revelações, novas constatações, numa espiral que, como toda espiral, não tem fim, e nenhuma alternativa aparece a não ser tomar conhecimento, falar, falar.

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Até quando? Pois é. Ninguém parece ter essa resposta. E enquanto ela não vem, dá-lhe que dá-lhe com mais e mais da mesma nota.

Ando, e calculo que centenas de milhares de brasileiros também, tentando avaliar até que ponto a herança maldita do pior e mais abjeto de todos os presidentes brasileiros, a milicaiada da ditadura inclusive, tardará até ser avaliada em suas assustadoras dimensões e neutralizada, desfeita.

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Sim, sim, já sabemos que uma série de sequências e circunstâncias foram cruciais para que viesse à tona um Brasil pavoroso, assustador.

Houve a manipulação burda levada a cabo por um provinciano juiz semi-analfabeto, desonesto, em cumplicidade com um promotor público igualmente salafrário. Houve a cumplicidade dos meios hegemônicos de comunicação. Houve a participação ativa do tal mercado. Houve a omissão de um Supremo Tribunal Federal poltrão. E houve a atitude dos militares.

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Nada, pois, de novo. A conjugação desses fatores foi essencial para demonizar a política e fazer que brotasse do fundo do breu o que havia e há de mais reacionário, de mais asqueroso e ignorante nesse país amnésico, que insiste em desconhecer o passado, em não tentar entender como chegamos onde chegamos, e muito menos descobrir os caminhos que nos tirariam desse atraso e dessa injustiça que não faz mais que espantar o futuro.

Enfim, nada a dizer. Agora, temos uma novidade: desde quando, e como justificar, o espaço dado a madame Michele?  

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Só falta agora revirar o passado, seus tempos de assessora parlamentar ou seja lá o que o valha, para confirmar que desde sempre ela foi o que é, e justificar suas aspirações cada vez mais ansiosas.

E Jair Messias, como justificar tanta atenção a um foragido cada vez mais anódino, cada vez mais embasbacado com a própria miséria moral?

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Mas não tem jeito: a avalanche vai continuar.  

Só me resta recordar o que disse um fraterno amigo, o imenso advogado argentino Luis Eduardo Duhalde, que no governo do falecido presidente Nestor Kirchner anulou todas as leis de esquecimento e levou os responsáveis pelos crimes da ditadura militar (1976-1983) primeiro para os tribunais, e depois para a cadeia.

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Diante de quem dizia que era preciso virar a página da historia, Duhalde, que foi-se embora deixando outra gruta no meu peito e na minha memória, fulminou: “Sim, sim, é preciso virar a página. Mas antes é preciso ler tudo que está escrito nela, para que nunca mais volte a acontecer”.

Por isso continuo lendo o que está sendo escrito nessa página que algum dia terá de ser virada. E virada para sempre.

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