Maia põe Xi Jiping na sucessão da Câmara

(Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)


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Maia joga no vácuo

Rápido no gatilho, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, jogou o chefe do governo chinês, Xi Jiping, no quente debate sobre sucessão na Câmara; na verdade, ele aproveitou o vácuo político deixado por Bolsonaro, que, há tempo, tem inviabilizado relações saudáveis entre Brasil e China, dadas suas preferências ideológicas por Donald Trump, que já está fora do páreo no poder mundial; tudo, no momento, gira em torno da vacina chinesa, coronavac, aplicada nos brasileiros e brasileiras em todo o país; nesse tempo todo que antecedeu a chegada da coronavac, Bolsonaro cuida de desacreditar o produto chinês; previu que nascerá jacaré por todos os lados, se as pessoas usarem a vacina de Xi Jiping; apesar dessa brincadeira de mal gosto e profundamente anti-diplomática, o governador de São Paulo, João Dória, faturou a brincadeira; contratou com antecedência a vacina que os chineses desenvolveram com o Butantã; saboreia, nesse instante, vitória política sobre presidente capitão, que imaginou não precisar de Xi Jiping, depois que a vacina chegasse e fosse consumida; pelo contrário, o instituto Butantã, parceiro da China, na produção da coronavac, continuará, pelos próximos meses, quiçá, anos, dependente dos insumos chineses para fabricação do produto.

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Prontidão de Jiping

Para piorar, as negociações de Bolsonaro com a Oxford, para desenvolver a vacina no Brasil, por meio do Instituto Fiocruz, não estão dando certo; afinal, a Índia, onde a vacina Oxford-Estrazeneca, é fabricada, dá preferência não para o Brasil, mas, primeiro, para a população indiana; segundo, para os parceiros da Índia, países limítrofes; para o Brasil, o produto vai chegar mais tarde, se chegar; assim, Rodrigo Maia, vendo que Bolsonaro entrou pelo cano e está no mato sem cachorro, depois de levar sova política do governador paulista, acelerou contato com os chineses, em Brasília; mandou, ontem, pela embaixada chinesa , na capital, carta para Xi Jiping, solicitando ajuda; o chefe político chinês se prontificou na hora; coloca à disposição do Brasil, primeiramente, para atender a Amazônia/Manaus, tanto os insumos que forem necessários, como, também, créditos, que, certamente, virão do banco de desenvolvimento dos BRICs, com o qual Bolsonaro se indispôs, para ficar bem na fita com Trump; agora, recebe chumbo nas asas; precisa de intermediação política para tratar com Xi Jiping; caso contrário, não terá em território nacional os insumos chineses; o presidente ficou, dessa forma, nas mãos dos seus dois principais adversários: Dória e Maia; ambos cultivam excelentes relações com embaixada chinesa; acertaram o com o embaixador da China todas as providências necessárias para atender o Brasil à revelia do presidente brasileiro.

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Troco diplomático

O embaixador, nessa hora, dá o troco, tanto em Bolsonaro, como nos seus filhos, que, nos últimos meses, tem fuzilado a China, para atender o presidente Trump, sem exigir nenhuma reciprocidade; puro puxa-saquismo; as iniciativas, tanto de Dória, que se revelaram sucesso, como a de Maia, igualmente, produtivas, nessa hora crítica, fortalecem as articulações políticas do presidente da Câmara, na disputa pela presidência da Casa contra candidato de Bolsonaro; para piorar a situação do presidente capitão, o vice dele, o general Mourão já deita falação contrária à gestão do governo, no enfrentamento à pandemia, sob comando do ministro da Saúde, general Pazzuelo, mentiroso e trapalhão total; no momento em que cresce movimento social popular pelo impeachment do presidente, acusado de genocídio, por não ter tomado providências a tempo e a hora, para conter o número de mortos, que já ultrapassam 210 mil pessoas, fica suja a imagem de Bolsonaro; verifica-se completa dependência dele do chefe de Estado chinês; ao mesmo tempo, cresce o tititi nos bastidores da burguesia nacional que é altamente inconveniente para os interesses do Brasil o comportamento do chefe do governo brasileiro diante do maior cliente do país em relação as exportações.

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Agronegócio apavorado

O agronegócio, que representa maior parcela do PIB, atualmente, poderia sair muito prejudicado, se se atrasa chegada dos insumos para fabricar vacina; haveria reflexo direto nas expectativas econômicas, para os próximos meses; a bancada chinesa, no Congresso, ou melhor a bancada do agronegócio, que se identifica com a China, vira anti-bolsonarista, nesse momento; afinal, vê seus interesses escorregar pelo ralo, caso não haja retratação do presidente em sua agressividade diplomática; Nesse contexto, indubitavelmente, sai fortalecida a ação política de Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara com seu candidato o deputado mineiro do MDB, Baleia Rossi; Maia, homem confiável da burguesia nacional para minimizar os estragos provocados por Bolsonaro na relação com o parceiro comercial mais importante do país, esfrega, contente, as mãos por uma vitória de sua sagacidade política; também, pudera, assessorado pelo terraplanista Ernesto Araújo, chanceler trapalhão, sem noção, o presidente capitão só poderia estar onde está: atolado no brejo.

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