Maia põe Xi Jiping na sucessão da Câmara

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Maia joga no vácuo
Rápido no gatilho, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, jogou o chefe do governo chinês, Xi Jiping, no quente debate sobre sucessão na Câmara; na verdade, ele aproveitou o vácuo político deixado por Bolsonaro, que, há tempo, tem inviabilizado relações saudáveis entre Brasil e China, dadas suas preferências ideológicas por Donald Trump, que já está fora do páreo no poder mundial; tudo, no momento, gira em torno da vacina chinesa, coronavac, aplicada nos brasileiros e brasileiras em todo o país; nesse tempo todo que antecedeu a chegada da coronavac, Bolsonaro cuida de desacreditar o produto chinês; previu que nascerá jacaré por todos os lados, se as pessoas usarem a vacina de Xi Jiping; apesar dessa brincadeira de mal gosto e profundamente anti-diplomática, o governador de São Paulo, João Dória, faturou a brincadeira; contratou com antecedência a vacina que os chineses desenvolveram com o Butantã; saboreia, nesse instante, vitória política sobre presidente capitão, que imaginou não precisar de Xi Jiping, depois que a vacina chegasse e fosse consumida; pelo contrário, o instituto Butantã, parceiro da China, na produção da coronavac, continuará, pelos próximos meses, quiçá, anos, dependente dos insumos chineses para fabricação do produto.
Prontidão de Jiping
Para piorar, as negociações de Bolsonaro com a Oxford, para desenvolver a vacina no Brasil, por meio do Instituto Fiocruz, não estão dando certo; afinal, a Índia, onde a vacina Oxford-Estrazeneca, é fabricada, dá preferência não para o Brasil, mas, primeiro, para a população indiana; segundo, para os parceiros da Índia, países limítrofes; para o Brasil, o produto vai chegar mais tarde, se chegar; assim, Rodrigo Maia, vendo que Bolsonaro entrou pelo cano e está no mato sem cachorro, depois de levar sova política do governador paulista, acelerou contato com os chineses, em Brasília; mandou, ontem, pela embaixada chinesa , na capital, carta para Xi Jiping, solicitando ajuda; o chefe político chinês se prontificou na hora; coloca à disposição do Brasil, primeiramente, para atender a Amazônia/Manaus, tanto os insumos que forem necessários, como, também, créditos, que, certamente, virão do banco de desenvolvimento dos BRICs, com o qual Bolsonaro se indispôs, para ficar bem na fita com Trump; agora, recebe chumbo nas asas; precisa de intermediação política para tratar com Xi Jiping; caso contrário, não terá em território nacional os insumos chineses; o presidente ficou, dessa forma, nas mãos dos seus dois principais adversários: Dória e Maia; ambos cultivam excelentes relações com embaixada chinesa; acertaram o com o embaixador da China todas as providências necessárias para atender o Brasil à revelia do presidente brasileiro.
Troco diplomático
O embaixador, nessa hora, dá o troco, tanto em Bolsonaro, como nos seus filhos, que, nos últimos meses, tem fuzilado a China, para atender o presidente Trump, sem exigir nenhuma reciprocidade; puro puxa-saquismo; as iniciativas, tanto de Dória, que se revelaram sucesso, como a de Maia, igualmente, produtivas, nessa hora crítica, fortalecem as articulações políticas do presidente da Câmara, na disputa pela presidência da Casa contra candidato de Bolsonaro; para piorar a situação do presidente capitão, o vice dele, o general Mourão já deita falação contrária à gestão do governo, no enfrentamento à pandemia, sob comando do ministro da Saúde, general Pazzuelo, mentiroso e trapalhão total; no momento em que cresce movimento social popular pelo impeachment do presidente, acusado de genocídio, por não ter tomado providências a tempo e a hora, para conter o número de mortos, que já ultrapassam 210 mil pessoas, fica suja a imagem de Bolsonaro; verifica-se completa dependência dele do chefe de Estado chinês; ao mesmo tempo, cresce o tititi nos bastidores da burguesia nacional que é altamente inconveniente para os interesses do Brasil o comportamento do chefe do governo brasileiro diante do maior cliente do país em relação as exportações.
Agronegócio apavorado
O agronegócio, que representa maior parcela do PIB, atualmente, poderia sair muito prejudicado, se se atrasa chegada dos insumos para fabricar vacina; haveria reflexo direto nas expectativas econômicas, para os próximos meses; a bancada chinesa, no Congresso, ou melhor a bancada do agronegócio, que se identifica com a China, vira anti-bolsonarista, nesse momento; afinal, vê seus interesses escorregar pelo ralo, caso não haja retratação do presidente em sua agressividade diplomática; Nesse contexto, indubitavelmente, sai fortalecida a ação política de Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara com seu candidato o deputado mineiro do MDB, Baleia Rossi; Maia, homem confiável da burguesia nacional para minimizar os estragos provocados por Bolsonaro na relação com o parceiro comercial mais importante do país, esfrega, contente, as mãos por uma vitória de sua sagacidade política; também, pudera, assessorado pelo terraplanista Ernesto Araújo, chanceler trapalhão, sem noção, o presidente capitão só poderia estar onde está: atolado no brejo.
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