Maia e a Síndrome de Estocolmo de setores da esquerda
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Como se sabe, Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico no qual a vítima, depois de um tempo prolongado de intimidação, passa a nutrir pelo seu algoz sentimentos de simpatia, amizade ou até mesmo de amor.
É, no mínimo, intrigante a imagem desfrutada por Rodrigo Maia em alguns setores do campo progressista, embora o presidente da Câmara dos Deputados tenha liderado, de 2016 para cá, todas as votações que culminaram na espoliação de direitos do povo.
É nítido o esforço para vestir em Maia o figurino de defensor do regime democrático. Mas será que ele faz por merecer ? Aos fatos:
1) Já passam de 50 os pedidos de impeachment de Bolsonaro na Câmara, mas o presidente da Casa não se cansa de dizer que não vai tirá-los da gaveta.
2) Um dos alvos prioritários dos ataques antidemocráticos dos fanáticos bolsonaristas nas ruas e nas redes, Maia sempre reagiu de forma pífia e acovardada às investidas, bem aquém do que se espera de um presidente de poder da República.
3) Recentemente, Maia mostrou que suas garras golpistas continuam afiadas ao dizer em alto e bom som no programa Roda Vida, da TV Cultura, que a acusação de “pedalada” contra Dilma Rousseff – um artifício canalha para justificar o golpe – foi mais grave do que os crimes atribuídos a Bolsonaro, inclusive a óbvia responsabilidade do capitão pela morte de mais de 110 mil brasileiros. Difícil conter a ânsia de vômito.
Com seu cargo colocado integralmente a serviço do mercado financeiro, setor parasita que não produz um parafuso sequer e vive de juros e especulação, Maia ostenta no currículo a participação destacada na maior onda de devastação de direitos do povo da história. Exemplos:
- Reforma trabalhista, que praticamente liquidou com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cortando dezenas de direitos históricos da classe trabalhadora e elevando o nível de precarização das relações de trabalho.
- Reforma da previdência, que, na prática, torna o direito à aposentadoria uma miragem inalcançável, condenando grande parte das pessoas a morrer trabalhando.
-Teto de gastos, que congela os investimentos públicos pelos próximos 20 anos, agravando as graves carências sociais que vitimam o povo brasileiro.
- Manutenção do veto de Bolsonaro ao artigo da lei de socorro aos estados e municípios que abria a possibilidade de reajustar os salários de algumas carreiras, dentre elas a dos profissionais de saúde – cuja atuação heroica na linha de frente do combate à pandemia tem merecido aplausos da sociedade – e dos serviços funerários, também fortemente sobrecarregados pela maior tragédia sanitária da história.
Pelo conjunto da obra, é perfeitamente compreensível que Maia seja o queridinho do oligopólio da mídia, das grandes corporações empresariais e dos banqueiros. Só não dá para entender porque é poupado de críticas pela oposição de esquerda. Será que a migalhas da ocupação de espaços na Câmara justificam a conivência?
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