Maduro quer encontro com Trump “para evitar a guerra”

Jornalista Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, aponta a contradição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se reuniu pela segunda vez com o líder norte-coreano Kim Jong-un e se recusa a dialogar o presidente Nicolás Maduro; "Fica muito óbvio, portanto, que o problema dele com a Venezuela não é tirar um ditador para tornar o mundo mais democrático, mas de se apropriar da maior reserva de petróleo do mundo, que está muito mais próxima dele do que o Oriente Médio e que se encontra sob controle das Forças Armadas de Maduro"

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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Somente duas pessoas podem evitar um banho de sangue na Venezuela e consequências imprevisíveis para o mundo todo: o Papa Francisco e o presidente Trump.

A situação continua tensa por lá. O próximo capítulo da novela é "a volta de Juan Guaidó". Ele cruzou a fronteira com a Colômbia clandestinamente, pois ela estava fechada. Usou até disfarces para passar incólume. Agora quer voltar e já foi avisado: vai ter de se haver com a Justiça.

Vai voltar mesmo e ainda esta semana, como anunciou hoje a "El Nacional"? Por terra? Então vai cruzar a fronteira ilegalmente de novo? Ou volta de avião? E se voltar será preso? E se for preso como Trump vai reagir?

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Agora há pouco, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, fez um pronunciamento no plenário da ONU em tom dramático:

"Estamos sendo ameaçados por forças militares".

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"Temos que parar essa guerra".

"Sabemos resistir. Mas é o último cenário que queremos".

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"Por que não um encontro Trump-Maduro"?

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Num sinal de escalada da intolerância, chanceleres do Brasil, da Europa e de outros países que apoiam Juan Guaidó, como Austrália, Chile Paraguai, Argentina e Israel se retiraram logo que o colega venezuelano começou a falar.

A hora não poderia ser mais oportuna para o apelo de Arreaza. Não faz sentido Trump sentar-se para conversar, pela segunda vez, com o ditador da Coreia do Norte, como está fazendo hoje, no Vietnã, com Kim Jong-Un em benefício da paz mundial e recusar-se a conversar com aquele que considera ditador da Venezuela num momento em que a paz mundial está ameaçada pelos acontecimentos naquele país.

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Ele torna evidente que para ele há o ditador "bom" – cuja ditadura não precisa ser derrubada - e o ditador "ruim" – que tem que ser derrubado para dar lugar à "democracia".

Fica muito óbvio, portanto, que o problema dele com a Venezuela não é tirar um ditador para tornar o mundo mais democrático, mas de se apropriar da maior reserva de petróleo do mundo, que está muito mais próxima dele do que o Oriente Médio e que se encontra sob controle das Forças Armadas de Maduro.

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O chanceler Arreaza desmascarou a "ajuda humanitária". Nem precisava, porque na cabeça daquele que fez o que fez com as crianças de imigrantes, separando-as dos pais, não transita nenhum pensamento humanitário. Arreaza lembrou que a prova da falta de seriedade do episódio foi a ausência da Cruz Vermelha – que não embarcou nessa tentativa de ajuda forçada.

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