Maduro denunciou que diretor da CIA visitou Brasil e Colômbia para preparar seu assassinato

"A denúncia do presidente Maduro é grave por si mesma. O Congresso Nacional, assim como a PGR e o STF, têm a obrigação constitucional de exigir explicações do governo, uma vez que, confirmada a denúncia do mandatário venezuelano, o país estaria se alinhando com a potência imperial para interferir em assuntos internos de país vizinho", diz o colunista Jeferson Miola

Nicolás Maduro
Nicolás Maduro (Foto: Paulo Emílio)


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O presidente venezuelano Nicolás Maduro denunciou na 6ª feira [2/7] que o comandante do Comando Sul dos Estados Unidos Craig Faller e o diretor da CIA  William Burns visitaram a Colômbia e o Brasil para conspirar contra o país e ultimar um plano para assassiná-lo.

Citando fontes da Colômbia, Maduro denunciou que Craig permaneceu 4 dias na Colômbia, “incluindo visita à fronteira com a Venezuela”, e que Burns esteve 2 dias na Colômbia e igual tempo no Brasil para “preparar um plano com o objetivo de atentar contra minha vida e contra a vida de importantes líderes políticos e militares da Venezuela”.

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Durante a cerimônia de promoção de militares em que denunciou a mais recente ameaça estadunidense à soberania do país e à vida dele [vídeo], Maduro questionou: “o presidente Joe Biden tem conhecimento dos planos de Craig Faller e do diretor da CIA para assassinar-me e assassinar líderes políticos e militares da Venezuela? Sim ou não?”, cobrou ele.

No Brasil, o diretor da CIA teve encontros com os generais da Casa Civil Luis Eduardo Ramos, do GSI Augusto Heleno e da Defesa Walter Braga Netto, além do policial federal e diretor da ABIN Alexandre Ramagem, e com o próprio Bolsonaro.

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O governo apenas divulgou a ocorrência dos encontros, mantendo absoluta opacidade e sigilo sobre o conteúdo das reuniões.

Em conversa com sua matilha no “cercadinho” do Alvorada, Bolsonaro disse que “Hoje [2/7] recebi o chefe da CIA, conversei muito com ele, reservadamente. Ninguém vive mais isolado, nem vocês. É bom interagir com o vizinho. Interajo com vários países aqui”.

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Insinuando que nos encontros com William Burns trataram de segurança e geopolítica continental, Bolsonaro complementou: “Não vou dizer que isso foi tratado com ele, mas a gente analisa na América do Sul como estão as coisas. A Venezuela a gente não aguenta falar mais, mas olha a Argentina. Para onde está indo o Chile? O que aconteceu na Bolívia? Voltou a turma do Evo Morales. E mais ainda: a presidente que estava lá no mandato tampão está presa, acusada de atos antidemocráticos. Estão sentindo alguma semelhança com o Brasil?”.

A denúncia do presidente Maduro é grave por si mesma. O Congresso Nacional, assim como a PGR e o STF, têm a obrigação constitucional de exigir explicações do governo, uma vez que, confirmada a denúncia do mandatário venezuelano, o país estaria se alinhando com a potência imperial para interferir em assuntos internos de país vizinho, o que viola a Constituição brasileira.

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Ademais, o Congresso precisa convocar os generais-ministros para que informem todo conteúdo dos encontros das mais altas autoridades dirigentes do governo militar com o diretor da CIA.

É preciso desvendar o carteado completo que o vassalo governo militar está jogando com os EUA.

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