Macri tem ejaculação verbal precoce
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Eu vi o sr. Macri pessoalmente apenas uma vez, aqui em São Paulo, numa visita que fez ao prefeito Fernando Haddad. O que posso dizer? Que a sua elegância se manifestava apenas no corte do terno. Parava por aí. Foram apenas alguns minutos de observação. Bastaram, no entanto, para detectar a sua indisfarçável certeza de que era superior a todos os demais naquela sala. Inclusive ao seu anfitrião.
A impressão que me transmitiu é que pairava acima de todos nós. Impossível ser mais argentino. Para completar é um fanático torcedor de futebol, pois foi presidente do Boca Juniors. É um daqueles que acha que Maradona foi maior que Pelé. Some-se a isso o fato de ter uma conta bancária que não acaba nas próximas gerações e tem-se o perfil do próximo candidato a caudilho da América Latina.
Digo da América Latina porque tudo faz crer que ele não vai se limitar a impor as suas ideias ao seu país, vai querer comandar uma cruzada, a julgar pelo pontapé inicial: mesmo antes de entrar em campo já deu a primeira canelada, e logo em quem? No Maduro, que é outro sujeito cheio das certezas e é tão esquentado quanto ele. Cartão amarelo para os dois e o jogo ainda nem começou.
O presidente eleito criou o primeiro incidente diplomático de um governo que ainda nem assumiu. Custava esperar ao menos o dia da posse? É correto falar como presidente se Cristina Kirchner ainda não deixou o cargo? É como falar do morto enquanto o corpo ainda está quente.
Por aí se vê que o sr. Macri sofre de ejaculação verbal precoce, não se preocupa nem um pouco com a ética na política e que os próximos anos não deverão ser de tranquilidade na América Latina. Nenhum país vai aceitar ingerência em seu quintal. Não vá ele querer se arrogar a ser o líder da América Latina porque vai se dar mal, mas não descarto que este seja seu sonho secreto.
Poderá querer se aproveitar da situação política complicada da presidente Dilma, emparedada por Eduardo Cunha, enfraquecida internamente, para dar as cartas no continente e aplicar uma goleada. Só uma Dilma mais forte poderá evitar a cruzada liberal de Macri na América Latina.
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