Lula vai até o fim. Mas quando é o fim?
"Nessa história de que Lula 'vai até o fim' se imaginava que o deadline seria a 17 de setembro, data depois da qual os partidos não podem mais trocar candidatos", diz o colunista Alex Solnik; "Mas eis que o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, doutor em Direito, diga-se, lança a tese de que Lula pode ir além. E disse mais: que pode ir além mesmo se sua candidatura for impugnada", afirma; "Se decidir que ir "até o fim" é ir até 17 de setembro poderá, ainda que desistindo, mostrar sua força eleitoral elegendo, pela terceira vez, o candidato que indicar"
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Nessa história de que Lula "vai até o fim" se imaginava que o deadline seria a 17 de setembro, data depois da qual os partidos não podem mais trocar candidatos.
Mas eis que o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, doutor em Direito, diga-se, lança a tese de que Lula pode ir além. E disse mais: que pode ir além mesmo se sua candidatura for impugnada.
No que o advogado se baseia? Em dois casos, de dois prefeitos.
Nas eleições de 2016 ambos estavam condenados em segunda instância por irregularidades em licitações, cada qual em sua cidade.
A candidatura do prefeito de Divinópolis, Galileu Teixeira Machado (MDB) foi impugnada, mas seu nome apareceu na urna eletrônica, ele foi eleito, seus votos foram invalidados, e ainda assim ele conseguiu reverter a situação, tomou posse e continua no poder.
No outro caso, Cláudio Linhares (MDB), conseguiu liminar para concorrer, ganhar, ser eleito e empossado porque o juiz entendeu que haveria muita possibilidade de sua sentença ser revertida nas instâncias superiores.
A tese é atraente, mas embute muitos riscos. Na atual conjuntura jurídica, estamos cansados de ver que, cada vez mais, cada cabeça de juiz, uma sentença. Não dá para garantir, ninguém pode garantir que o que valeu para Galileu e Claudio Linhares vai valer para Lula.
Também ninguém garante que os casos dos prefeitos serão considerados precedentes. Isso fica a critério do juiz. A juíza Carolina Lebbos, por exemplo não considerou precedente entrevistas feitas com outros presos e proibiu entrevistas com Lula.
Há de se considerar, também, que os casos dos prefeitos puderam tramitar longe de qualquer repercussão nacional e livres, portanto, de pressões que, no caso de Lula, serão insuportáveis. Aqueles casos eram municipais; Lula é um caso internacional.
Se acolher a tese de Casagrande Pereira, e disputar até mesmo se sua inelegibilidade for decretada, Lula poderá se dar bem ou se dar mal, a depender dos juízes que o julgarem. E, se não tiver êxito, ele e o PT vão perder tudo.
Se decidir que ir "até o fim" é ir até 17 de setembro poderá, ainda que desistindo, mostrar sua força eleitoral elegendo, pela terceira vez, o candidato que indicar.
E, dessa vez, de dentro da prisão.
Inscreva-se na TV 247 e assista ao comentário de Alex Solnik:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247