Lula saiu maior. Seus algozes, menores ainda

Para Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia, "a liberação de Lula para comparecer aos funerais do neto Artur deve significar um novo capítulo na luta pela libertação do ex-presidente. Foram muitos os fatos estranhos e condições absurdas impostos pela Justiça. A impressão que fica é de que, mesmo apanhando tanto, Lula sai desse doloroso episódio mais forte, no seu espírito e na alma do povo. Lula Livre é hoje um grito ainda mais forte e mais presente"

Lula saiu maior. Seus algozes, menores ainda
Lula saiu maior. Seus algozes, menores ainda (Foto: Ricardo Stuckert)


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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia - A liberação de Lula para comparecer aos funerais do neto Artur, falecido semana passada vítima de meningite meningocócica, deve significar um novo capítulo na luta pela libertação do ex-presidente. Foram muitos os fatos estranhos e condições absurdas impostos pela Justiça. A impressão que fica é de que, mesmo apanhando tanto, Lula sai desse doloroso episódio mais forte, no seu espírito e na alma do povo. Lula Livre é hoje um grito ainda mais forte e mais presente.

Tudo o que foi feito contra Lula foi respondido por ele com uma dignidade e uma coragem tão grandes que batem na cara dos seus algozes. Um tapa firme e sem luva de pelica. Para doer, como doeu. Mas, Lula deu o que tinha e que ainda não conseguiram tirar dele, que é, justamente, essa resistência incomum de um homem igualmente incomum. Um homem que cresce na mesma proporção da sordidez e da desumanidade dos que o querem aniquilar política e fisicamente.

A grandeza de Lula, e isto ficou demonstrado nesses dias, é inversamente proporcional à pequenez dos que não o querem vivo, mas não têm coragem de matá-lo; e que por isso tentam situações que provoquem e ampliem a sua dor e, pela constância, provoquem a sua morte. A dor maior tem sido deles, a trama tem sido em vão.

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Da parte das autoridades parecia uma competição para ver quem cometia a arbitrariedade maior ou qual era o despropósito mais gritante. A começar pelo aparato armado desproporcional para escoltar e intimidar um senhor de 73 anos, desarmado e só, além de justificadamente abatido por uma tragédia (mais uma) pessoal. A desculpa de que a Polícia Federal sabia de um plano do PT para sequestrar Lula é ridícula. Seria risível, mas o nível do deboche é tamanho que não tem graça e ultrapassa os limites do absurdo.

Nesse aparato militar, um fato grave e que, não se tenha dúvida, será abafado pela PF e pelo governo. Como justificar a presença, na escolta de Lula, de um guarda pessoal do presidente da República? O agente Danilo Campetti, aquele do distintivo da Swatt de Miami pregado na farda, é quase que da família. Vem zelando pela segurança de Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral. Fanático pelo então candidato e pelo hoje presidente, orna sua rede social com palavras de ordem afetivamente favoráveis ao "mito" e odiosamente contrárias a Lula e ao PT.

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Tudo é muito nebuloso no "Caso Campetti". A começar pela sua eficiência, que deve ser muito grande a ponto de Bolsonaro e família quererem sempre ele por perto. Nesse caso, fica meio estranho que ele tenha "falhado" justamente da facada contra o patrão, episódio mais grave e emblemático da campanha eleitoral, por muitos tido como o grande empurrão para a vitória de Bolsonaro. Fotos da época mostram Campetti ao lado do seu "protegido", bem na hora do atentado.

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Ainda em relação à logística que levou Lula ao velório do neto, em São Paulo, e o devolveu de volta à carceragem da PF, em Curitiba, outra armação que, desta vez, não deu certo. Os bolsonautas tentarem plantar uma fakenews infame, com uma foto de Lula com a mão estendida e sem ter retorno do piloto do helicóptero. A imagem era acompanhada de uma carta, falsa, do piloto onde ele "justificava" por que não apertara a mão de um "condenado". A imagem era apenas um frame do filme onde Lula, na verdade, aperta a mão do piloto que foi profissional e afável com o ex-presidente.

Lula foi proibido de ser fotografado e filmado (algo impossível, como ficou patente, pois imagens e vídeos foi o que não faltou, claro), além de ser impedido de falar com as pessoas no percurso do velório. Uma das "regras" esdrúxulas impostas pela juíza Carolina Lebbos que o liberou para a viagem. Em São Paulo, Lula foi saudado pelas pessoas e, contrito, acenou de volta. Foi o bastante para um delegado dizer que ele "não devia ter feito aquilo". A resposta do ex-presidente foi moralmente inquestionável: "Você sabe que eu devia fazer".

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O dia inteiro, a baixaria correu solta, nas redes sociais. Mas, fato mais baixo veio mesmo foi da família Bolsonaro, na triste figura do filho do meio do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Arreganhando os dentes e mostrando que educação doméstica não é mesmo uma de suas características, ele aproveitou o episódio para destilar seu ódio contra Lula, acusando o ex-presidente, um "larápio", de querer posar "de coitado" com a morte do neto. Nenhuma novidade no discurso insano de um dos "garotos' que têm manchado de lama o governo no qual têm a certeza de que mandam. E eles têm razão, pelo visto.

Toda essa misturada de horrores, mais impropérios, mais truculências jurídicas, mais canalhices, tudo foi encarado por Lula com as armas de que ele dispõe: seu olhar, sua fibra, seu destemor. A sua postura de estadista privado de seus direitos por uma justiça que julga e condena sem provas um inimigo político; o mesmo segmento judiciário que o retirou de uma campanha eleitoral da qual ele era favorito absoluto, provocando a vitória de um candidato de extrema-direita que leva o País a um caminho que ninguém sabe onde vai dar.

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Tudo isto foi mostrado a todo o País e pelo mundo afora. E Lula sai com um saldo de ganhos e solidariedade muito maior que o de perdas e baixarias sofridas. Sai como realmente é: forte e com apoio popular. Um homem raro, cuja cabeça vão tentar por muito tempo e em muitas outras oportunidades. Não será fácil. Com Lula, não.

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