Lula reforça a necessidade do impeachment

Lula tem razão ao partir para o ataque e alertar à constatação de que, na hipótese de Bolsonaro não mudar seu comportamento, e efetivamente governar, para os 220 milhões de brasileiros, deverá sair, de alguma forma

(Foto: 247)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Publicado originalmente no Pensar Piauí

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu de vez de sua condição de observador da conjuntura nacional e praticamente responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro, caso aconteça uma provável catástrofe que se desenha, dia a dia, diante do nível altíssimo de contágio da COVID-19 e respectivo número de mortos no País. Em entrevista concedida a chamada “imprensa alternativa” – sites e blogs cuja linha editorial é considerada independente –, em live através de videoconferência, Lula disse que Bolsonaro não tem condições de governar.

De certa forma, foi uma resposta a críticas que vinha recebendo por seu aparente mutismo ou omissão quanto à incompetência, confusão, inoperância e divisão interna do governo federal, na prática, paralisado, apesar dos circos diários armados para promover a figura de ministros desejosos por holofotes. Lula tem razão ao partir para o ataque e alertar à constatação de que, na hipótese de Bolsonaro não mudar seu comportamento, e efetivamente governar, para os 220 milhões de brasileiros, deverá sair, de alguma forma.

Seja por impeachment, o que é pouco provável, seja por renúncia – cenário menos traumático –, o atual inquilino do Palácio do Planalto tem que entregar o poder, de certa forma usurpado, já que foi eleito para o cargo presidencial em circunstâncias suspeitas de fake news, caixa dois e intervenção no sistema democrático. Afinal, o então pré-candidato do PT, líder disparado nas pesquisas, mesmo trancafiado por razões políticas, numa sala fria da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), fora impedido de se candidatar ao Planalto.

“Convicções” e “delações”

Não por acaso, Lula, durante a entrevista coletiva, não poupou “adjetivos” contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, então juiz federal de primeira instância, que o sentenciou, por “atos indeterminados”, já que não havia provas contra o ex-presidente. Só havia “convicções”, “delações premiadas” – via chantagens, extorsões e torturas –, e mentiras divulgadas com estardalhaço, pela Rede Globo, que “noticiava”, dia e noite, factóides como o famigerado powerpoint do procurador federal Deltan Dallagnol, hoje no ostracismo.

“Falso” foi a palavra mais branda – o melhor qualificativo – atribuída a Moro, por parte do ex-presidente Lula, que passou a levantar a bandeira do impeachment de Bolsonaro, complementando, por outro flanco, o manifesto da oposição pedindo a renúncia imediata do presidente. O documento, divulgado na segunda-feira (30-3), foi assinado por líderes, como Fernando Haddad, Ciro Gomes, Flávio Dino, Guilherme Boulos e presidentes nacionais dos partidos de esquerda.

Para o petista, um eventual impeachment de Bolsonaro precisa de base legal, ao contrário do que houve com a ex-presidente Dilma Rousseff, derrubada por um golpe de estado travestido de processo de impeachment. Repentinamente atribuídas a crime de responsabilidade, por parte de Dilma, as pedaladas fiscais foram usadas como procedimento fiscal corriqueiro por todos os ex-presidentes, desde José Sarney. No caso de Bolsonaro, porém, as evidências de ter cometido dezenas de crimes de responsabilidade são muito sólidas.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247