Lula presidente 2022, uma candidatura contra o golpe e dos trabalhadores

A esquerda precisa superar suas divergências e formar uma frente em torno de uma liderança que realmente tenha apoio das amplas massas

Lula no meio do povo
Lula no meio do povo (Foto: RICARDO STUCKERT)


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Por Juca Simonard

As últimas ações da Lava Jato contra Lula e seu advogado Cristiano Zanin mostram que os golpistas não deixaram de lado a perseguição política contra o ex-presidente. Os ataques ocorrem no mesmo momento em que a ideia de lançar Lula candidato à Presidência em 2022 ganhou fôlego nas redes sociais e na militância de esquerda, mostrando mais uma vez que a direita está em oposição à política lulista e não está disposta a abrir mão do golpe.

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Já foi incessantemente repetido que os ataques contra Lula e o PT são contra toda a esquerda, principalmente o movimento operário. Lula é o centro da ofensiva golpista desde o início. Não teria sido possível levar adiante as recentes fraudes no País com Lula em liberdade, podendo concorrer à Presidência contra Bolsonaro. A direita seria muito mais moderada para evitar uma gigantesca crise política. 

Ele representa milhões de brasileiros. A campanha da imprensa corporativa de que o ex-presidente está “ultrapassado” e não tem mais apoio da população é, evidentemente, uma mentira. Esse argumento só pode ser dito ou por alguém totalmente fora da luta cotidiana, ou por alguém com interesses em afastar o lulismo da cena política.

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Para os militantes da luta contra o golpe, que estiveram nas ruas e nos bairros pobres todos esses anos, lutando contra a condenação e, em seguida, pela liberdade do ex-presidente - e também contra o impeachment de Dilma e o governo Bolsonaro - sabe que Lula é o político mais popular do País. As mentiras propagadas pela imprensa capitalista apenas servem para manipular a luta política. 

Com os meios de comunicação utilizando-se da classe média esquerdista, muitos setores totalmente alheios aos interesses da população repetem, como papagaios da burguesia, que Lula está ultrapassado e que é necessário uma outra alternativa, alguém novo, para derrotar Jair Bolsonaro. Alguns falam em Guilherme Boulos, outros em Ciro Gomes e até alguns petistas defendem a candidatura de Fernando Haddad ou Flávio Dino. Estes nomes não aparecem do nada. Nenhum destes citados são líderes de massas ou populares, mas são altamente divulgados pela imprensa golpista para tentar forçar uma alternativa ao lulismo.

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Boulos, Haddad, Dino e Ciro são defensores da frente ampla com setores da direita. Pessoas que estão dispostas a subjugar a luta independente dos trabalhadores à direita mais impopular em nome da “democracia” e de uma suposta luta contra Bolsonaro, que não vai além das instituições brasileiras - também golpistas. Uma forma de colocar os trabalhadores a reboque da direita.

Para alguns, é necessário pensar um novo nome da esquerda, pois Lula não poderá ser candidato por conta de suas condenações nos tribunais reacionários. Para quem afirma tal coisa, é preciso esclarecer que, realmente, se não houver mobilização pela anulação dos processos fraudulentos contra o ex-presidente, ele não poderá se candidatar. É justamente por isso que a esquerda que realmente é contra o golpe de Estado deve apoiar a candidatura de Lula, já que para ser levada adiante será necessário uma ampla mobilização de massas contra o golpe.

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A candidatura do Lula deve ser apoiada apesar das enormes diferenças existentes na esquerda. Por uma questão estratégica: ela permite que haja, no âmbito eleitoral, uma mobilização contra o golpe de Estado. A esquerda que lançar candidato próprio em 2022 estará estimulando a ilusão em eleições democráticas em meio a um processo de fechamento do regime e ajudando a burguesia a cumprir seus objetivos: paralisar a luta do povo contra o golpe e isolar o lulismo da cena política. A consequência disso será uma derrota para toda a esquerda nacional e, consequentemente, o fortalecimento dos fascistas

Por isso, os setores pseudo-revolucionários que são contra a candidatura de Lula por ele ser “conciliador” estão equivocados, pois a candidatura do ex-operário metalúrgico representa um combate efetivo nas eleições na medida em que ele está em oposição total ao processo golpista. E isso independe da ideologia propagada por Lula. Comicamente, a mesma esquerda que afirma ser contra a candidatura de Lula por sua “conciliação”, apoia as manobras de frente ampla com setores da direita… 

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A esquerda precisa superar as divergências e se unir em torno da candidatura do petista, realizando uma verdadeira frente única contra o fascismo. Caso contrário, estará realizando o mesmo erro sectário dos stalinistas na década de 1930 que decidiram não se juntar aos sociais-democratas para impedir a subida do nazismo na Alemanha, levando a uma das maiores derrotas dos trabalhadores em toda sua história - com o custo de milhões de vidas. 

Nada de frente ampla, pois uma aliança com direita significaria abrir mão da candidatura de Lula! É preciso uma frente única contra o fascismo, uma frente de trabalhadores e de suas organizações. Por mais que ideias sejam lindas, a vida é um fator concreto e lideranças populares, com apoio de amplas massas a nível nacional, não se constroem artificialmente. Atualmente, Lula é o único com essas características. Ao invés de ceder, tornemos as eleições em uma verdadeira tribuna da luta contra os golpistas e o fascismo! 

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