Lula precisa desativar as granadas de BolsoGuedes para começar a governar

Governo Bolsonaro foi de "compulsivos caçadores de ouro, sob a chancela do mercado, em conchavo com poderosos órgãos de comunicação", diz Hildegard Angel

Lula, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto
Lula, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Marcos Corrêa/PR)


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Por Hildegard Angel, para o 247

O garimpo é a representação mais contundente do que foi o ex-governo de compulsivos caçadores de ouro, sob a chancela do mercado financeiro, em conchavo com poderosos órgãos de comunicação. 

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Foi uma ação tão desavergonhada, a revelação das contas em offshore dos dois mais importantes gerentes de nossa economia não fez nem cócegas no focinho da mídia. Passou batido.

O Brasil se tornou um covil de espertalhões e grande parte de seu povo, um bando de ruminantes obedientes e conformados, como se sob efeito de um "boa noite Cinderela" coletivo. 

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Encheram as burras, os aviões, com o tesouro da Nação brasileira, e deram no pé, deixando infiltrada nas instituições o restante da gangue, para prosseguir no saque e na devastação da "Serra Pelada", inclusive com um áulico detendo a chave do cofre Central, com total autonomia de voo.

O Banco Central de Campos Neto tem o mesmo padrão de qualidade do Ministério do Meio Ambiente de Ricardo Salles e do Ministério da Saúde de Pazuello. Mesmo maquiando dados, não bateu a meta da inflação. Errou na projeção de crescimento em 2019, 2020, 2021. 

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A fala hesitante e os tiques evidenciam o desconforto de Fernando Rocha, Chefe da Estatística do Banco Central, ao cumprir a missão que caberia ao presidente do banco, dada a gravidade do erro. Não é um anúncio de rotina

O vídeo reexibido aqui é só para refrescar a memória sobre esse anúncio, feito em 26/01 passado, do erro de bilhões do Banco Central. 

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Pela gravidade do fato, quem deveria ter mostrado a cara ao povo era o presidente do Banco Central, mas sua excelência excelentíssima, de ilustre dinastia da economia, preferiu delegar o vexame à cara do Chefe de Estatística do BC, Fernando Rocha, que o brasileiro nunca viu nem ouviu falar. 

Seria a mesma coisa que um general do Exército, ao perder uma batalha, delegar ao major a missão de comunicar o fracasso. 

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O fracasso do BC em questão foi aritmético. Erro de conta. Desde outubro de 2021 ele divulgava estatísticas erradas sobre o fluxo cambial da economia brasileira, deixando de identificar, mensalmente, US$ 1 Bilhão em importações. 

O fluxo cambial mede os dólares que entram e saem do país em operações de comércio exterior, investimentos ou na compra e venda de reservas. Com a correção dos dados errados, o país fechou o ano de 2022 no negativo, e não no positivo como anteriormente anunciado. No dialeto da malandragem isso se chamaria mutreta.

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O erro foi de mais de US$ 12 bilhões – cerca de R$ 60 bilhões na cotação da moeda EUA. 

Em pleno ano eleitoral, o BC informava um saldo de entrada de US$ 9,5 bilhões no país, dando a impressão de que mais estrangeiros traziam dinheiro para cá, quando era o contrário. Um saldo negativo de US$ 3,2 bilhões. Recursos eram mais retirados do país. Não era mais entrada de capital, era fuga. 

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Uma falhazinha contábil que conferiu superavit ao país, quando estava deficitário. 

Muito conveniente, em ano eleitoral, divulgar que a economia bombava e a máquina de fake news divulgar dados fictícios. Podemos chamar isso de crime eleitoral? Podemos sim. 

Se esse erro contábil não teve grande impacto na economia, teve na disputa eleitoral.

Era o Banco Central "independente", que comia churrasco com BolsoGuedes, frequentava seus grupos de Zap, e impõe aos brasileiros os juros mais altos do mundo.

Hoje, as matérias nas TVs choram o aumento do arroz e do feijão sem apontar responsabilidades. Sem falar, por exemplo, na redução de suas áreas de plantio, porque a soja e o pasto ocupam e invadem tudo, devastam florestas, promovem queimadas. As políticas agrícolas de controle para a segurança alimentar foram abolidas na gestão do "ex".  

São as granadas deixadas por BolsoGuedes em nossos bolsos, e que Lula precisa desativar para cumprir seu projeto de governar para o povo.

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