Lula precisa desativar as granadas de BolsoGuedes para começar a governar
Governo Bolsonaro foi de "compulsivos caçadores de ouro, sob a chancela do mercado, em conchavo com poderosos órgãos de comunicação", diz Hildegard Angel
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Por Hildegard Angel, para o 247
O garimpo é a representação mais contundente do que foi o ex-governo de compulsivos caçadores de ouro, sob a chancela do mercado financeiro, em conchavo com poderosos órgãos de comunicação.
Foi uma ação tão desavergonhada, a revelação das contas em offshore dos dois mais importantes gerentes de nossa economia não fez nem cócegas no focinho da mídia. Passou batido.
O Brasil se tornou um covil de espertalhões e grande parte de seu povo, um bando de ruminantes obedientes e conformados, como se sob efeito de um "boa noite Cinderela" coletivo.
Encheram as burras, os aviões, com o tesouro da Nação brasileira, e deram no pé, deixando infiltrada nas instituições o restante da gangue, para prosseguir no saque e na devastação da "Serra Pelada", inclusive com um áulico detendo a chave do cofre Central, com total autonomia de voo.
O Banco Central de Campos Neto tem o mesmo padrão de qualidade do Ministério do Meio Ambiente de Ricardo Salles e do Ministério da Saúde de Pazuello. Mesmo maquiando dados, não bateu a meta da inflação. Errou na projeção de crescimento em 2019, 2020, 2021.
O vídeo reexibido aqui é só para refrescar a memória sobre esse anúncio, feito em 26/01 passado, do erro de bilhões do Banco Central.
Pela gravidade do fato, quem deveria ter mostrado a cara ao povo era o presidente do Banco Central, mas sua excelência excelentíssima, de ilustre dinastia da economia, preferiu delegar o vexame à cara do Chefe de Estatística do BC, Fernando Rocha, que o brasileiro nunca viu nem ouviu falar.
Seria a mesma coisa que um general do Exército, ao perder uma batalha, delegar ao major a missão de comunicar o fracasso.
O fracasso do BC em questão foi aritmético. Erro de conta. Desde outubro de 2021 ele divulgava estatísticas erradas sobre o fluxo cambial da economia brasileira, deixando de identificar, mensalmente, US$ 1 Bilhão em importações.
O fluxo cambial mede os dólares que entram e saem do país em operações de comércio exterior, investimentos ou na compra e venda de reservas. Com a correção dos dados errados, o país fechou o ano de 2022 no negativo, e não no positivo como anteriormente anunciado. No dialeto da malandragem isso se chamaria mutreta.
O erro foi de mais de US$ 12 bilhões – cerca de R$ 60 bilhões na cotação da moeda EUA.
Em pleno ano eleitoral, o BC informava um saldo de entrada de US$ 9,5 bilhões no país, dando a impressão de que mais estrangeiros traziam dinheiro para cá, quando era o contrário. Um saldo negativo de US$ 3,2 bilhões. Recursos eram mais retirados do país. Não era mais entrada de capital, era fuga.
Uma falhazinha contábil que conferiu superavit ao país, quando estava deficitário.
Muito conveniente, em ano eleitoral, divulgar que a economia bombava e a máquina de fake news divulgar dados fictícios. Podemos chamar isso de crime eleitoral? Podemos sim.
Se esse erro contábil não teve grande impacto na economia, teve na disputa eleitoral.
Era o Banco Central "independente", que comia churrasco com BolsoGuedes, frequentava seus grupos de Zap, e impõe aos brasileiros os juros mais altos do mundo.
Hoje, as matérias nas TVs choram o aumento do arroz e do feijão sem apontar responsabilidades. Sem falar, por exemplo, na redução de suas áreas de plantio, porque a soja e o pasto ocupam e invadem tudo, devastam florestas, promovem queimadas. As políticas agrícolas de controle para a segurança alimentar foram abolidas na gestão do "ex".
São as granadas deixadas por BolsoGuedes em nossos bolsos, e que Lula precisa desativar para cumprir seu projeto de governar para o povo.
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