Lula: o tsunami que veio pra ficar
"Essa confiança do Lula chegou de novo a todos nós e veio para ficar. Não conseguimos imaginar como este nosso querido e tal maltratado país sobreviverá até primeiro de janeiro de 2023. Mas sabemos que, depois de muita luta ainda, Lula voltará a ser presidente do Brasil, para que voltemos a ter orgulho de sermos brasileiros, de sermos confiantes em que este país tem jeito e tem futuro. Lula voltou para ficar, para sempre!", escreve Emir Sader
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Amanhecemos depois de um dia como ontem com a nítida sensação de que já nada será como antes. Todos se sentem obrigados a se redefinir em torno do Lula e da sua fala. Uns para reafirmar sua esperança renascida. Outros para manifestar simpatia, mesmo manifestando suas diferenças. Outros foram obrigados a manifestar sua oposição, buscando soluções mágicas que pudessem aparecer, desesperadamente, como alternativas.
Lula sempre esteve aí. Mas sua situação jurídica incerta fazia com que ele se mantivesse cauto, sem expressar suas posições políticas. Outros fingiam como se ele estivesse fora do jogo, porque não saberiam como se comportar diante da alternativa. Tanto na direita, como em outro candidato livre atiradores, esperavam que o Judiciário resolvesse o dilema para eles, tirando Lula da jogada.
O certo é que a aparição do Lula, em grande estilo, de corpo inteiro, voltando a abordar todos os grandes temas do país e das nossas vidas, funcionou como um tsunami do bem. Todos se sentem tocados, ninguém consegue ficar imune.
Fiz uma pesquisa no meu facebook e no meu twitter sobre qual a sensação das pessoas diante da fala dele e não deu outra: por esmagadora maioria, deu ESPERANÇA!. Quase nós estávamos acostumando a viver sem esperança. Como se estivéssemos condenados à pasmaceira de um país sem governo, corroído pela miséria e pela pandemia.
Quando, de repente, Lula surgiu, com a naturalidade de sempre, falando às mentes e aos corações de todos, de forma que amanhecemos hoje com esperança, conscientes de novo que o Brasil tem jeito e que sem Lula a vida era outra. Com ele, voltamos a ser convocados para uma luta que nos promete de novo o retorno da esperança.
Lula abordou todos os grandes temas que nos afligem: a pandemia, o desemprego, a democracia, violência, a falta de diálogo, a Petrobras, a esperança, entre tantos outros, recordando que estamos em condições de enfrentá-los e resolve-los, que já conseguimos viver bem melhor, em paz, em solidariedade, lutando contra o maior dos nossos problemas – as desigualdades.
Acordamos e nos damos conta que algo mudou no Brasil e no nosso espírito. Que Lula, que sempre esteve aí, injustamente perseguido, preso, condenado, impedido de ganhar a eleição de 2018, está conosco, vivendo os mesmos problemas, pensando e propondo soluções, disposto a voltar às ruas, às caravanas. Ninguém mais pode se dar o direito de fingir que ele não existe, que não representa tudo o que representa para o Brasil.
Não é preciso Lula dizer se é candidato, não é preciso um procedimento formal para lançar sua candidatura. O próprio Judiciário tem que concluir o processo de anulação dos processos vinculados a Sergio Moro, mas ninguém mais pensa ou admite que Lula possa de novo ser julgado e condenado. Lula é' inocente – isso veio para ficar, esse o primeiro significado da sua aparição no mesmo sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, onde começou sua vida política em 1979, onde se despediu de todos nós para, dolorosamente para todos nós, estivéssemos ou não de acordo com a destemida atitude dele, entregar-se à polícia federal e ser levado à prisão em Curitiba. Onde o saudamos todas as manhãs e todas noites com o Bom dia, companheiro Lula. Boa noite, companheiro Lula, e recebemos como retorno o apagar e acender as luzes da sua cela, para dizer que nos ouvia. Ali, onde pude, com toda a emoção contida, pude visita-lo, presenciar a cela, sua cama, seu armário, seu abajur, seus livros, sua roupa, mas sobretudo sua coragem, sem bom ânimo, sua esperança. Como disse Leonardo Boff, era ele que nos infunde esperança, que nos dava o abraço que nos inculcou ânimo e não nós a ele. Quando Lula me ligou ontem, depois da sua fala, o mesmo sentimento me chegou, de esperança, de convocação para a luta, de retomada das Caravanas, até que ele possa de novo subir a rampa do Palacio do Planalto, como o vimos fazê-lo em primeiro de janeiro de 2003.
Essa confiança do Lula chegou de novo a todos nós e veio para ficar. Não conseguimos imaginar como este nosso querido e tal maltratado país sobreviverá até primeiro de janeiro de 2023. Mas sabemos que, depois de muita luta ainda, Lula voltará a ser presidente do Brasil, para que voltemos a ter orgulho de sermos brasileiros, de sermos confiantes em que este país tem jeito e tem futuro. Lula voltou para ficar, para sempre!
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