Lula: o sobrevivente!

Se Lula sobreviverá à "pancadaria" só o tempo irá dizer. Mas pela energia e disposição que tem demonstrado, no auge dos seus 70 anos de vida, eu não duvidaria!

Dilma e Lula em evento em São Paulo. 13/10/2015 REUTERS/Nacho Doce
Dilma e Lula em evento em São Paulo. 13/10/2015 REUTERS/Nacho Doce (Foto: Miranda Muniz)


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Recente pesquisa do Ibope sobre a preferência do eleitorado para eleições presidências de 2018 mostra que o ex-presidente Lula ainda é o nome mais forte: 23% responderam que votaria nele "com certeza", seguido de Aécio Neves (PSDB), com 15%, Marina (Rede), com 11%, José Serra (PSDB), com 8%, Geraldo Alckmin (PSDB), com 7% e Ciro Gomes (PDT), com 4%.

Esse constitui o motivo principal para que os partidos de oposição e a mídia hegemônica promoverem uma verdadeira cruzada para tentar desconstituir e enlamear a sua imagem e, assim, impedir seu retorno à Presidência em 2018.

Mas essa gente esquece que Lula é o que poderíamos chamar de "sobrevivente".

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Na vida pessoal, sobreviveu à seca e a miséria do sertão. Poderia ter sido um dos 4 filhos da Dona Lindu que morreram ainda bebês. Para fugir da "desgraça" saiu com a mãe e outros 7 irmãos da comunidade rural de Caetés (na época município de Garanhuns - PE) num "pau-de-arara" até São Paulo. Em 1963, sobreviveu a um acidente de trabalho em que uma prensa mecânica esmagou um dos seus dedos. O sinistro ocorreu às 3 horas da madrugada, e ele só teve atendimento médico às 8 horas, motivo pelo qual seu dedo teve que ser amputado. Depois, sobreviveu a um câncer de garganta.

No movimento sindical, sobreviveu à repressão da Ditadura Militar, quando presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Poderia ter tido o azar do seu companheiro Santo Dias, líder da Oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e que foi assassinado por um tiro da Polícia, pois em várias ocasiões ficou sob a mira de escopetas e metralhadoras.

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Foi injustamente preso, arbitrariamente cassado da presidência do sindicato e processado com base na famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN), pelo simples fato de lutar por melhores salários e condições de trabalho. No DOPS poderia ter tido o destino trágico do operário Manuel Fiel Filho, assassinado nas dependências de um órgão de repressão anos antes, sob a versão falaciosa de "suicídio por enforcamento".

Na política, sentiu o gosto amargo de derrotas e o sabor doce de vitórias: em 1982, perdeu a disputa pelo governo de São Paulo; em 1984, foi um dos líderes do movimento "Diretas, Já"; em 1986, foi o deputado federal mais votado; em 1989, foi derrotado por Collor na eleição presidencial, quando enfrentou uma as mais sórdidas "armações" já vista numa campanha; em 1994 e 1998 foi novamente derrotado, desta vez para Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, derrotou o tucano José Serra e foi eleito presidente da Brasil. Repetiu a dose em 2006, derrotando outro tucano, Geraldo Alckmin.

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No primeiro mandato presidencial sobreviveu ao chamado "Mensalão", onde as investigações, tanto da Polícia Federal como do Ministério Público, não detectaram qualquer envolvimento seu no caso. Entretanto, isso não foi suficiente para evitar que a imprensa venal sempre especulasse "que ele sabia". Mesmo com todas as adversidades, foi reeleito.

Em 2010, consegue eleger sua sucessora Dilma Rousseff - a primeira mulher a ocupar a Presidência e sai do governo com uma aprovação de 87%, um recorde mundial, superando a aprovação de personagens históricos como Mandela (82%), Roosevelt (66%), e De Gaulle (55%). Algo inaceitável para os poderosos, ainda mais se tratando de um operário, retirante nordestino e que sequer concluiu o ensino fundamental.

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Agora, quando as tentativas bisonhas de afastar a presidenta Dilma perdem força, os setores que não assimilaram a quarta derrota consecutiva voltam-se com "sangue nos olhos" contra o ex-presidente. Estampam em jornais e revistas ilações, fotos e charges caluniosas e difamatórias. Incentivam e financiam grupelhos reacionários que desfilam com bonecos caricatos detratores e, por último, investem contra seus familiares.

Mas por que Lula sobrevive politicamente?

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Certamente é em função do seu legado deixado nos oitos anos de governo, com a retomada do desenvolvimento, com geração de emprego e aumento real de salários; a implantação de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Prouni, Fies e Luz para Todos; política das "quotas"; um maior protagonismo internacional do Brasil e sua integração com os países da América Latina e do Hemisfério Sul, entre outros.

Legado que mudou a cara do Brasil e que por isso também tentam desqualifica-lo.

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Em recente reunião do Partido dos Trabalhadores o ex-presidente mandou um recado aos que tentam destruí-lo: "ninguém precisa ficar com pena, porque se tem uma coisa que eu aprendi na vida é enfrentar a adversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, vão ser três anos de muita pancadaria. E podem ficar certos: eu vou sobreviver. Eu só não sei se eles sobreviverão com a mesma credibilidade que eles acham que têm".

Se Lula sobreviverá à "pancadaria" só o tempo irá dizer. Mas pela energia e disposição que tem demonstrado, no auge dos seus 70 anos de vida, eu não duvidaria!

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