Lula, o inimigo da direita brasileira

"A direita não se engana. Seu inimigo público é o Lula. Foi pelo Lula que eles perderam o governo, tiveram que amargar tanto tempo fora do governo, foram derrotados quatro vezes nas eleições presidenciais", diz o sociólogo Emir Sader; "Não perdoam Lula. Têm que eliminá-lo da vida política, impedir até que ele exerça sua influência para organizar as forcas populares, para transferir sua influência para outros candidatos"

"A direita não se engana. Seu inimigo público é o Lula. Foi pelo Lula que eles perderam o governo, tiveram que amargar tanto tempo fora do governo, foram derrotados quatro vezes nas eleições presidenciais", diz o sociólogo Emir Sader; "Não perdoam Lula. Têm que eliminá-lo da vida política, impedir até que ele exerça sua influência para organizar as forcas populares, para transferir sua influência para outros candidatos"
"A direita não se engana. Seu inimigo público é o Lula. Foi pelo Lula que eles perderam o governo, tiveram que amargar tanto tempo fora do governo, foram derrotados quatro vezes nas eleições presidenciais", diz o sociólogo Emir Sader; "Não perdoam Lula. Têm que eliminá-lo da vida política, impedir até que ele exerça sua influência para organizar as forcas populares, para transferir sua influência para outros candidatos" (Foto: Emir Sader)


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As formas como a mídia trata, por exemplo, a mulher do Boulos, em comparação com a forma como faz com qualquer parente do Lula, ou a forma como exalta qualquer pessoa que teria deixado o PT para aderir ao Boulos ou ao Ciro, ou a forma amável de tratar a Manuela, bastariam para provar como o inimigo da direita, aquele de quem ela tem medo, é Lula e ninguém mais. E o PT, como o partido do Lula.

Todos se recordam como essa mídia tratava Heloísa Helena na campanha de 2006, quase como uma queridinha, que fazia alegremente o papel de centrar seus ataques no Lula e no PT. Como se encontrava espaços nos debates para a Luciana Genro e para o Plínio de Arruda Sampaio, não importava o índice que tivessem nas pesquisas, buscando que ajudassem na frente de ataque ao Lula e aos candidatos do PT e talvez tirassem alguns votos deles.

A extrema esquerda se prestou no Brasil, ao longo dos governos do PT, em troca de espaços na Globo e na Folha, a concentrar seus ataques no PT. Tem em comum o fato de que os governos do PT terem dado certo, era fatal para eles. Porque derrotava a direita e seus interesses, e desmentia a tese de que o PT tinha traído a esquerda e que o governo Lula ia fracassar.

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Contra o PT, a mídia e o Judiciário, a direita no seu conjunto, usam tudo. Capas de revistas mentirosas, difamações, campanhas de desqualificação. Para os outros, capas simpáticas de revistas, espaços para que falem na mídia, fotos simpáticas. Sabem que os outros não lhes metem medo. São derrotados com facilidade. Não custa dar-lhes espaços, contanto que possam criticar o Lula e o PT ou, pelo menos podem tirar-lhes alguns votos.

Nisso a direita não se engana. Seu inimigo público é o Lula. Foi pelo Lula que eles perderam o governo, tiveram que amargar tanto tempo fora do governo, foram derrotados quatro vezes nas eleições presidenciais. Não perdoam o Lula. Tem que eliminá-lo da vida política, impedir até que ele exerça sua influência para organizar as forcas populares, para transferir sua influencia para outros candidatos. Tirar o Lula da jogada, o irredutível, com os outros a direita se vira, os derrota, os isola ainda mais, a alguns até pode coopta-lo.

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Contra o Lula, tudo, até mesmo usar outros preá candidatos de esquerda, que aparecem como "arejados" (a nova expressão), renovadores, sem compromissos com a "velha esquerda", com seu estatismo, seu populismo, seu sindicalismo, com a luta de classes. Sem povo, portanto sem o risco de derrotar a direita. Sem a barba, sem os jargões, sem essa familiaridade com o povo, que causa ojeriza na direita.

Uma esquerda "civilizada", que conversa com todo mundo, sem preconceitos, sem clichês, que faz a auto critica que pedem, que faz a auto critica pelo PT, que sorri todo o tempo, que são genuinamente de classe media, que mora nos bairros de classe media, que cruza nos mesmos restaurantes.

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O que não toleram é Lula. Com seu sorriso, seu jeito de ser, sua familiaridade com o povo, com seu carisma, com a imagem de grande líder nacional e internacional, com o sucesso do seu governo, com a memoria que o povo guarda de como sua vida melhorou tanto. Com os seus discursos envolventes, convincentes, cheios de humor e de emoção, com sua linguagem popular, com seu jeito irresistível de povo.

Com o Lula, nada, contra o Lula, tudo. Até prisão por crime que nunca cometeu. Vale tudo, porque o Lula é o inimigo fundamental da direita, aquele que a derrotou tantas vezes e a ameaça derrota-la de novo.

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Dai os tratamentos diferenciados em relação ao Lula e ao seu partido, o PT, e aos outros, por mais radicalizada que possa ser sua linguagem. Lula diz e faz, disse e fez, tem a capacidade de mobilizar as forças para fazer e derrotar de novo a direita. Por isso Lula é perigosíssimo, precisa ser acusado, preso, impedido de se candidatar.

Lula sabe disso, sabe da sua responsabilidade e por isso não arrefece na sua luta. Sabe que é o único líder da esquerda com liderança de massas, com possibilidades de voltar a derrotar a direita. Porque se é o inimigo fundamental da direita é porque é o amigo fundamental do povo brasileiro.

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