Lula está certo: EUA não trabalham pela paz na Ucrânia
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Lula não afrontou os Estados Unidos na China. O que o presidente brasileiro fez foi reafirmar o que muitos especialistas não alinhados vêm dizendo desde o início do conflito na Ucrânia: os EUA e a Otan não trabalham pela paz, mas para reforçar sua influência regional.
Pelo andar da carruagem, depois da guerra restará a acentuação da decadência do poder americano, a despeito de quem sejam vencedores e derrotados diretos.
De todo modo, o que se tem até aqui é uma Otan consolidada como peça determinante do belicismo, pois há tempos vinha mostrando claro desprezo pelas preocupações de Moscou com o movimento de sua infraestrutura militar para cada vez mais perto das fronteiras da Rússia.
A Ucrânia foi pré-inserida na Organização de fato antes de sê-lo de direito. O país vinha sendo armado e recebia ajuda de inteligência - escrevemos isso em coluna recente.
Também já dissemos que a Otan e os Estados Unidos, na prática, usam a Ucrânia como um território de batalha para enfraquecer os russos - e para desafiar os chineses. Nunca estiveram efetivamente dispostos a lutar pela Ucrânia, tampouco a buscar a paz.
Em termos jurídicos, havia justificativas para que o país de Putin realizasse a intervenção. A Rússia pode ter-se sentido ameaçada por um ataque da Ucrânia, mesmo não sendo tal ataque iminente, disse-nos o professor de Direito Internacional da FGV Salem Nasser. Os russos foram, de certa forma, empurrados para a ação invasora.
Ninguém até hoje defendeu a invasão da Ucrânia nem os métodos utilizados, muito menos Lula. Mas há que se explicar por que o ataque aconteceu. Talvez não houvesse alternativa.
É claro que a personalidade autocrática de Putin influenciou a decisão, mas seria simplismo defini-la como determinante da invasão. Explicações behavioristas ajudam a compreender conflitos internacionais, mas apenas na superfície. No caso da guerra em tela, dizem pouco.
Não se pode esquecer de que Putin é profundo conhecedor das relações internacionais e da História da Rússia e da antiga União Soviética. Ele também carrega a experiência da humilhação que a Rússia sofreu nos anos 90, quando tinha um presidente fantoche, um fanfarrão chamado Boris Yeltsin.
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