Lula e o sonho de Simón Bolívar

Para enfrentar o grupo imperialista - EUA, Europa, e a cabeça de ponte Ucrânia, governos progressistas devem estar solidários e agregados às propostas de Lula

Presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva
Presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Lula tem sido de uma audácia e coerência no front externo capaz de produzir alegria, admiração e aplauso do mais radical esquerdista internacional e contrariedade, indisposição e crítica dos adversários da independência latino-americana e temores dos impérios ainda vigentes.   

A américa do norte pode ter uma federação de estados, Estado Unidos da América, os europeus têm a União Europeia, mas, uma América do Sul unida numa grande federação, como foi o sonho de Simón Bolívar, encontra dificuldades entres os seus e temores pelos imperialismos norte-americano e europeu.

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Frases e propósitos semelhantes de Bolívar e Lula, com a defasagem de dois/três séculos.

Comecemos por Bolívar, considerado libertador e agregador da América espanhola.

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"O sistema de governo mais perfeito é aquele que produz a maior quantidade de felicidade possível, maior quantidade de segurança social e maior quantidade de estabilidade política".

 "A liberdade do Novo Mundo é a esperança do Universo".

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"O novo mundo deve estar constituído por nações livres e independentes, unidas entre si por um corpo de leis em comum que regulem seus relacionamentos externos".

 "Somente a democracia, no meu conceito, é suscetível de uma liberdade absoluta".

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"O Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando a formação de uma comunidade latino-americana de nações", disse Lula na abertura do recente encontro com líderes de países sul-americanos.

"O que nos reúne hoje em Brasília é o sentimento de urgência de voltar a olhar coletivamente para a nossa região. É a determinação de redefinir uma visão comum e relançar ações concretas para o desenvolvimento sustentável, a paz e o bem-estar de nossas populações” (Lula).

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A Grã-Colômbia fundada por Bolívar, constituía-se dos Estados atuais da Colômbia, da Venezuela, do Panamá e do Equador, durou uma década, divisões internas e a violência armada do colonialismo espanhol são considerados os fatores que não levaram adiante a experiência. 

Para enfrentar o grupo imperialista - EUA, Europa, e a cabeça de ponte Ucrânia, os governos progressistas devem estar solidários e agregados às propostas de Lula, bem como personalidades histórias como fez Pepe Mojica em carta endereçada a Lula. 

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Resgatar a Venezuela para o seio da América do Sul, mostrar respeito ao seu presidente legítimo Nicolás Maduro, desdemonizar a realidade daquele país irmão, satanizada pela insípida campanha dos EUA, como objetivo claro de tomar conta das reservas petrolíferas e minerais do país, foi mais um comportamento corajoso e audaz. 

Ridículo e antidemocrático foram os que saudaram à época o autoproclamado presidente da Venezuela, Guaidó, fantoche criado pelos EUA. 

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E por conta desse reconhecimento, os US$ 2 bilhões em barras de ouro depositado em banco inglês, Maduro ficou impedido de movimentar. Pirataria inglesa! 

Contudo, não parou nisso, 900 sanções comercias foram aplicadas à Venezuela. 

Embargaram Cuba há mais de meio século, tentaram invadir a Venezuela, expropriam e a sitiam comercialmente, por fim, os EUA satanizaram e a isolaram.

No front interno os desafios, talvez, sejam maiores.

A mentalidade colonizada e os interesses e doutrina estadunidense incrustada nas elites econômicas, políticas e militares, uma mídia corruptiva pelos dólares da CIA, FBI e outras agências daquela país, um Congresso conservador e reacionário, e um governo de frente ampla, com contradições político-ideológicas, são obstáculos ao projeto desenhado por Lula.

O histerismo da mídia golpista, que na tv só faltava babar e os olhos saltarem, por conta da acolhida de Lula ao Maduro, demonstra o quanto Lula está trabalhando para construir um mundo melhor, democrático e humano, diferente do mundo belicoso, destrutivo, odioso, opressor, preconceituoso e desumano, até então preponderante e defendido por essa mídia corporativa e atrasada.

A desfaçatez dos jornalistas do ponto eletrônico, que trabalham para uma rede de comunicação, cujo histórico é de coautoria ao golpe de 64 e aos crimes cometidos pela ditadura militar, e no caso da Venezuela descrevem-na como se fosse a ditadura brasileira, que vigeu por 21 anos, nos quais foram cúmplices dolosos.  

Os partidos progressistas e a militância estão conscientes desse desafio e preparados para ajudar a vencer?

Não é retórica afirmar mais uma vez que a conspiração não é teoria, é prática recorrente. 

A intentona de 8 de janeiro fracassou, mas o objetivo não foi abandonado pelos golpistas. 

Está em curso uma nova estratégia, cujos líderes são Arthur Lira, alguns militares, o governador de São Paulo e de Minas, e contam com quintas-colunas dentro do governo, como o Ministro da Defesa.

O temor externo e interno é o fortalecimento e empoderamento de Lula como líder sul-americano com influência mundial. 

As forças democráticas carecem de uma estratégia para enfrentar os antigos e os neogolpistas.

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