Lula e o PT deveriam preparar um guia digital sobre o que aconteceu na economia durante os governos petistas
É impressionante a quantidade de falsificações históricas oferecida ao público pela imprensa corporativa, escreve Leonardo Attuch
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Você sabe qual foi a valorização da Bolsa de Valores durante o governo Lula? Nada menos do que 500% em reais e quase 1.200% em dólares, segundo reportagem do jornal O Globo. Um dado que contrasta fortemente com os índices do governo Bolsonaro, em que a bolsa brasileira amarga os piores indicadores entre países emergentes. Já ouviu falar em grau de investimento? Pois é: foi também no governo Lula, e sob a gestão do ex-ministro Guido Mantega, que o Brasil passou a ser um país considerado seguro para se investir, de acordo com reportagem do G1.
Mas mesmo que você não invista no mercado de capitais, certamente se importa com o mercado de trabalho. Pois bem: você sabia que no governo da ex-presidente Dilma Rousseff o Brasil viveu a situação de pleno emprego, em que todos aqueles que estavam dispostos encontravam serviço? A informação consta de uma matéria do portal R7, do bispo bolsonarista Edir Macedo. Hoje, o Brasil vive a maior situação de desemprego e precarização do trabalho em toda a sua história e esses dados raramente vêm a público – até porque, por outras razões, barões da mídia, como Edir Macedo, seguem alinhados à destruição bolsonarista.
Passemos à questão fiscal. Em seu editorial de hoje, o jornal O Globo classifica como "terraplanistas fiscais" aqueles que contestam as medidas implementadas após a ponte para o futuro. O que o jornal não conta é que os números de resultados fiscais e da dívida interna foram muito melhores sob os governos Lula e Dilma do que na era Temer/Bolsonaro. Basta acessar os dados oficiais do IBGE sobre contas públicas para verificar.
O fato incontestável é que não há, na história recente do Brasil, período de maior prosperidade econômica do que aquele compreendido entre 2003, primeiro ano de Lula, e 2014, o último em que Dilma conseguiu governar. A partir dali, tiveram início dois fenômenos que destroçaram a economia brasileira e da qual ela ainda não conseguiu se recuperar: a conspiração golpista no parlamento, com sua política do 'quanto pior, melhor', e a Operação Lava Jato, que quebrou construtoras e desempregou 4,4 milhões de brasileiros, segundo o Dieese, para criar uma percepção de mal-estar na sociedade que viabilizasse o golpe de estado de 2016.
Os dados são quase autoexplicativos, mas Lula e o Partido dos Trabalhadores ainda não se deram conta de que eles devem estar à palma da mão ou a um clique de distância de todos aqueles que queiram se engajar no processo de reconquista do Brasil. O que o editorial de hoje do Globo demonstra é a impressionante quantidade de falsificações históricas oferecidas ao público pela imprensa corporativa. Para enfrentar a desinformação, urge preparar um guia digital sobre o que aconteceu na economia entre 2003 e 2014, com dados oficiais e incontestáveis. Isso não significa que a política econômica daquele período tenha sido perfeita e que erros e excessos não tenham sido cometidos. É importante dizer, inclusive, o que deve ser aperfeiçoado. Mas não há registro histórico de período com maior prosperidade com inclusão social no Brasil.
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