Lula é "o" cara e Moro o persegue para destruí-lo

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Prezado amigo Antonio Normando Carneiro, Conceição do Coité, BH

Lembras-te, meu amigo, de que Obama disse a Lula que ele era "o" cara quando este chegou em Londres para participar da reunião do G20, no dia 02 de abril 2009? O presidente dos Estados Unidos disse também que Lula era "o político mais popular da terra".

Contraditoriamente no Brasil a direita, a mídia, os analfabetos políticos e os fascistas, sempre agarrados ao complexo de vira lata como bosta em tamanco – como se diz lá no meu Rio Grande do Sul – o diminuem e até debocham dele pela perda de um dedo num torno numa metalúrgica onde era operário.

Esse complexo triste cria frases do tipo "este País não tem jeito", "só no Brasil acontece isso", "este País não tem futuro", "o mal do Brasil são os brasileiros", "o problema do Brasil são os nordestinos" e outras do mesmo naipe.

Esse espírito mesquinho baixou e empanturrou alguns dessa laia que foi às ruas defender neste dia 31 de julho uma sujeira chamada impeachment. Possuídos, ofenderam a delicada, bonita e elegante atriz Leticia Sabatella pelo simples fato de que não sabem e não têm inteligência para saber respeitar democraticamente. Em São Paulo o fascismo comportou-se criminosamente ao defender a volta da ditadura com suas prisões, torturas, assassinatos, banimentos e crimes de toda a ordem contra os direitos humanos.

Interessante que muitos dos complexados vira latas rezaram frases do filho mimado Sérgio Moro. Exatamente porque esse juiz de primeira instância é sabidamente peão, talvez o mais despreparado, da direita e seu paraíso, o imperialismo yank.

Sobre Moro falou o respeitado doutor e professor da USP, Celso Antonio Bandeira de Mello, num vídeo gravado no You Tube: "Esse juiz Moro, ele é um homem a meu ver muito pouco habilitado para exercer a função de magistrado. A magistratura exige muito equilíbrio, muita serenidade e, sobretudo, muita imparcialidade. Ela não pode ser, evidentemente, uma conduta apaixonada. Mesmo que ele assuma um ar sereno – e assume –, o comportamento dele não é de um magistrado, o comportamento dele é de um acusador".

Moro sente como se fosse uma missão dessa falta de equilíbrio, de preparo e de espírito de grandeza democrática e nacional perseguir Lula, mesmo sem provas, somente pelo prazer de destruir os caminhos do ex-presidente, boicotando-o para a disputa eleitoral de 2018.

O famoso e competente jurista defende a decisão de Lula de denunciar o autoritarismo, o desiquilíbrio, o partidarismo desonesto de Sérgio Moro perante a Organização das Nações Unidas.

Mello aponta para o medo de que Lula se candidate e vença as eleições deixando a direita entreguista e neoliberal mais uma vez na vala da derrota. Por isso a obstinação de destruir o ex metalúrgico, que já foi presidente duas vezes.

Esse espírito de vira lata que toma conta de setores da sociedade brasileira é movido a medo e o medo é pai da mentira e das neuroses mais brutais.

O medo de quem é menor socialmente, minúsculo democraticamente e mesquinho patrioticamente faz com que atitudes desrespeitosas sejam produzidas para favorecer o golpe que abala a República.

Um dos problemas deste judiciário caolho, que tem Sérgio Moro como uma das suas estrelas, embora seja ele raso e menor eticamente, é hipocritamente querer tomar em suas mãos a alegoria da corrupção.

A luta contra a corrupção num País que tem a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, o BNDS, indústrias navais das mais complexas e dezenas de outras poderosas estatais, muitas ameaçadas de assalto pela privatização, não pode ser de juizinhos de primeira instância, mesmo que federal.

Essa tarefa tem que ser de Estado e dos três poderes como missão delegada pela sociedade, num pacto nacional.

Repito: a luta contra a corrupção, que é histórica e culturalmente viva em todos os setores dos poderes e da sociedade, inclusive no judiciário, notadamente na mente e nas ações de Sérgio Moro, um justiceiro de alma anã e seletiva, não pode, sob hipótese alguma, ser entregue a gente e a setores tão irresponsáveis com o Brasil, como vem acontecendo.

Somente pessoas de má fé ou tremendamente ignorantes não percebem que há movimento coordenado para golpear a democracia e aniquilar com o espírito nacional brasileiro, que recuperava nossa autoestima e nosso lugar no mundo, fora das patas e do pico dos Estados Unidos. Sérgio Moro e as forças tarefas da Polícia Federal à sua disposição colaboram com essa tragédia.

Porém, é bom lembrar, a vida é dinâmica e rica em contradições. Noutras palavras, o medo dessa direita, que tem Moro como ídolo e o golpe como prática política, ajuda muito a que a sociedade desperte e seus filhos entendam o que fazer.

É evidente que as provocações de Sérgio Moro e das manifestações de seus admiradores como Alexandre Frota e Jair Messias Bolsonaro, para timbrar dois símbolos dos mais perversos dentre os seguidores do chefe da republiqueta de Curitiba, trarão às ribaltas e à luta o povo e seus movimentos.

Nesse mesmo dia 31 multidões foram às ruas alertar que o paiol está à disposição e sua artilharia com seus lutadores habilitados.

É bom que a direita e seu juiz Moro não brinquem com fogo. Isso não é brincadeira nem namoro de gato sobre telhado.

Uma das medidas já foi encaminhada: a denúncia internacional dos abusos de Sérgio Moro. Com isso a mídia mundial, diferentemente desse lixo interno, repercutiu que Lula é perseguido e que nossa democracia é ameaçada por esses irresponsáveis.

A outra foi apontada pelo grande líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, José Pedro Stédile, que avaliou a ideia de prender Lula como estupidez e burrice que seriam desastrosas para a própria direita. Avisou que o MST ocupará as portas dos tribunais e símbolos do judiciário em todo o Pais.

O que Stédile disse é o publicável, o que é tático e estratégico como organização das ações são internos às entidades que se preparam para o enfrentamento das ameaças contra a democracia e a demolição do patrimônio moral do Brasil.

Caso o analfabetismo e má fé de Moro não entendam o alcance de suas desqualificadas atitudes a história o responsabilizará e a seus chefes pela guerra civil que se desencadeará com a prisão daquele que eles tanto temem.

Enquanto não há provas contra Lula e outros alvos de fofocas e das manobras sujas chamadas delações premiadas, que também podem ser denominadas de dedodurismos forçados por chantagens e ameaças covardes nas prisões, a presunção de inocência é absoluta. Não será a mídia nem as demandas de Moro com seus amigos que nos convencerão do contrário.

As pessoas sérias e bem informadas não caem no conto de que Lula e Dilma roubam, mas fazem. Não, não há nenhuma prova contra eles. Podemos criticar, e aqui já os critiquei, por políticas equivocadas, mas nunca por desonestidade e imoralidade pública.

Portanto, a conjuntura é complexa e mais dura agora. Sabemos quem é quem e contra quem lutar, menos abrir mãos da democracia, mesmo que ameaçada.

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