Lula e Alberto Fernández se encontram nesta segunda-feira (26). Será o quinto encontro em seis meses

A correspondente do 247 em Buenos Aires destaca a 'importância da relação bilateral entre os dois presidentes, algo inexistente durante a gestão de Bolsonaro'

Alberto Fernández (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva
Alberto Fernández (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)


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Nos governos dos presidentes Lula e Alberto Fernández, o Brasil e a Argentina estão recuperando o tempo perdido. Nesta segunda-feira (26), Fernández realizará uma visita de Estado, com reuniões com Lula e sua equipe no Palácio do Planalto e idas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com informações de assessores do Palácio San Martín, equivalente ao Itamaraty argentino. Será o quinto encontro presencial entre os dois presidentes desde que Lula voltou à Presidência em janeiro.

Fernández passará a faixa presidencial no dia dez de dezembro, daqui a menos de seis meses. Nos bastidores do poder da Argentina, comenta-se que Lula teria lamentado que o amigo não dispute a reeleição. Fernández defende a candidatura do embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, e nesta escolha também evidencia seu distanciamento da ex-presidente e vice-presidente Cristina Kirchner. O divórcio entre Fernández e Cristina passou a ser explícito com o agravamento da crise econômica no país. Os dois defendem rumos diferentes, por exemplo, em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A Argentina assinou um acordo bilionário e recorde na história do organismo durante a gestão do ex-presidente Mauricio Macri, opositor de Fernández e de Cristina. A bolada de cerca de US$ 44 bilhões passou a ter que ser paga na gestão atual, de Fernández e de Cristina. Mas a vice-presidente questiona as exigências do Fundo. A quatro meses do primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro, a inflação (42% neste ano) promete ser componente importante no voto. Na visão de Cristina, as exigências feitas pelo FMI, como o fim do congelamento das tarifas dos serviços públicas, alimentam ainda mais a escalada inflacionária. Entre aliados de Fernández, o argumento é negociar com o organismo, mas tentando manter a Argentina no ‘sistema global’.

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As dificuldades na economia argentina incluem a necessidade de dólares para pagar suas compras do exterior.

No mês passado, Lula, Fernández e suas equipes se reuniram durante oito horas no Palácio da Alvorada. A comitiva argentina retornou para Buenos Aires sem o objetivo de conseguir respaldo financeiro brasileiro. Fernández ainda esperar conseguir este respaldo para que a Argentina possa continuar importando das empresas brasileiras. O país conseguiu apoio similar junto aos chineses, que poderiam, assim, passar a exportar mais para o mercado argentino.

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Na segunda-feira será o quinto encontro entre os dois e o sexto já está previsto. Será durante a reunião do Mercosul, nos dias três e quatro de julho em Puerto Iguazú, na Argentina. O primeiro encontro entre eles, neste semestre, foi quando Fernández esteve com Lula, horas após a posse, no início de janeiro. Poucos dias depois, Lula esteve em Buenos Aires, na sua primeira viagem internacional após retornar à Presidência. Em maio, Fernández esteve em Brasília com uma comitiva de ministros e também conversaram, no mês passado, quando o líder brasileiro realizou a reunião com colegas dos países da América do Sul. O ritmo confirma a importância da relação bilateral e a amizade entre os dois presidentes – algo inexistente durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro.

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