Lula e a "epiderme civilizatória" rasgada por Bolsonaro

Faltando um ano para as próximas eleições presidenciais, o objetivo imediato que se coloca para todos/as aqueles/as que procuram resistir à opressão de um país distópico vincula-se necessariamente à construção de um projeto de nação que seja suficientemente capaz de superar a barbárie bolsonarista e reinserir o Estado e a sociedade brasileiros no caminho da garantia da democracia e dos direitos humanos

(Foto: ABr | Stuckert)


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Entrevistei a historiadora Heloisa Starling para o Trilhas da Democracia que irá ao ar no próximo sábado (27/11), às 22h, na TV247, e no domingo (28/11), às 21h30, na TVT.

Na entrevista, a Professora Titular e coordenadora do Projeto República da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo como referência o pensamento de Joaquim Nabuco, defendeu a ideia de que uma parte significativa da sociedade brasileira rompeu a “epiderme civilizatória” que encobria uma nação fundada na escravidão – uma nação violenta, autoritária e desigual, que não consegue se auto observar criticamente.

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É inquestionável o fato de que a rasgadura da “epiderme civilizatória” referida pela coautora de Brasil: uma biografia foi levada a cabo por sucessivas incisões – do golpe contra Dilma Rousseff até a eleição de Jair Bolsonaro, passando pela prisão de Lula e os três anos de um governo que vem cumprindo o seu propósito de destruição de tudo aquilo que foi conquistado no país desde a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Faltando um ano para as próximas eleições presidenciais, o objetivo imediato que se coloca para todos/as aqueles/as que procuram resistir à opressão de um país distópico vincula-se necessariamente à construção de um projeto de nação que seja suficientemente capaz de superar a barbárie bolsonarista e reinserir o Estado e a sociedade brasileiros no caminho da garantia da democracia e dos direitos humanos.

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Um projeto que, fazendo uso outra vez mais da expressão utilizada por Heloisa Starling, costure de maneira acelerada a “epiderme civilizatória” rasgada nos últimos seis anos pelas forças ultraneoliberais e de extrema-direita neofascista lideradas pelo atual presidente da república.

Não tenho quaisquer dúvidas em relação ao fato de que seja Lula o candidato mais preparado (individual e coletivamente) do campo progressista e democrático para encabeçar tal projeto de resgate da nossa “epiderme civilizatória”.

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Resta saber se, caso consiga derrotar Bolsonaro, Moro et caterva, em 2022, Lula dará um passo a mais, na direção de eliminar a realidade estruturalmente construída desde a nossa colonização, encoberta pela “epiderme civilizatória” desde 1988, isto é, a nação violenta, autoritária e desigual.

Em outras palavras, Lula terá vontade e condições políticas para, no terreno da democracia, implementar uma série de reformas estruturais que, num primeiro momento, recuperem aquilo que foi alienado das riquezas nacionais pelo atual governo, e, num segundo momento, cumpram a promessa por ele feita na sua recente visita à Europa de incluir no orçamento os pobres e no imposto de renda os ricos?

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