Lula e a democracia no Brasil
Governo Lula terá dado certo se, ao final dele, o Brasil for um pais menos desigual, com menos exclusão social, preconceitos e discriminações
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O Brasil viveu quase 80 anos desde o fim da ditadura que terminou em 1945. Desde então, viveu 19 anos de democracia até o golpe militar e a ditadura de 21 anos. Passou a ter presidentes eleitos pelo voto popular por 26 anos até a nova ruptura da democracia, em 2016, quando voltou a viver governos não democráticos por 6 anos.
Em toda a historia anterior do país, não havia nenhuma forma de democracia, ao longo de mais de cinco séculos. Somente, até aqui, durante 13 anos o Brasil foi governado por um uma coalizão de forças populares, democráticas e anti-neoliberais, de 2003 a 2016.
A democracia, assim, é um fenômeno relativamente recente na história do pais. Um tipo de regime apropriado majoritamente pelas elites dominantes. A ponto que, sendo o pais mais desigual o continente mais desigual, era considerado uma democracia.
A posse do Lula para seu terceiro mandato é um momento especialmente marcante, porque ele sucede a anos de retomada, por seis anos. de governos não democráticos.
Lula é o representante máximo da democracia no Brasil. Sua própria trajetória de vida expressa isso. Veio dos setores mais excluídos do pais, chegou ao sul como membro da nova classe operaria, se tornou líder sindical fundamental na luta contra a ditadura e sua politica de arrocho salarial.
Sua historia é, em parte, a historia do Brasil. Imigrante nordestino, fugido da seca para o sul, atraído pela industrialização, na qual foi operário nordestino, discriminado e explorado. Se tornou o líder sindical mais importante da historia do pais, até se candidatar, por tres vezes à presidencia do Brasil, até se tornar o primeiro operário ase tornar presidente do pais.
E ser o mais importante e o melhor presidente do país. O que reverteu as desigualdades sociais e regionais e projetou o Brasil como país de referencia no mundo.
Em que este retorno do Lula à presidencia tem a ver com a democracia no Brasil. Em primeiro lugar, ele volta a ser um presidente eleito democraticamente, em eleições livres. O pais volta a ter presidentes eleitos democraticamente.
Em segundo lugar, Lula se compromete a combater, nas suas próprias raízes, buscando democratizar a sociedade, e não apenas o sistema politico. Começa por uma reforma tributária pela qual os ricos entrariam no imposto de renda, para que os pobres possam entrar no orçamento.
Mas também busca afirmar os direitos dos que foram sempre postergados: mulheres, jovens, negros, povos originários, nordestinos e nortistas, LGBT. Se fundam novos ministérios que os contemplam, representantes dessas identidades se tornam ministros, se combate centralmente as desigualdades e as discriminações.
Pela sua composição e pelos seus objetivos, já a torna o melhor governo que o Brasil já teve. A própria trajetória de Lula e’ a de uma vida de luta pela democracia e contras as desigualdades.
O Brasil retrocedeu nos últimos 6 anos tudo o que havia avançado nessa direção. Voltou para o Mapa da fome, deixou 33 milhoes de pessoas com fome. Deixou 100 milhoes de pessoas trabalhando na precariedade.
Essa a herança que o Lula recebe, pior do que a que ele recebeu em 2003, 20 anos atrás. Mas recebe também um Congresso conservador e uma mentalidade difundida negativa, difundida na população. Uma visão contra o Estado, a politica, os partidos. A favor das privatizações. Contra a legalização do aborto e do consumo de drogas leves. Só para citar alguns exemplos de que a democracia está perdendo a guerra das ideias.
Não haverá democracia no Brasil com esse panorama no plano das ideias. Lula não triunfou dando a luta em torno desses temas. Triunfou porque propôs um projeto politico e social para a sociedade, que conquistou uma maioria de brasileiros.
Seu governo terá dado certo se, ao final dele, o Brasil for um pais menos desigual, com menos exclusão social, preconceitos e discriminações. Em que uma visão do Estado como garantia dos direitos fundamentais para todos se imponha. Em que na guerra de ideias triunfem as ideias democráticas, dos direitos para todos, do desenvolvimento econômico com distribuição de renda e geração de empregos, de afirmação dos direitos das mulheres, dos negros, dos jovens, dos nordestinos, dos povos originários, dos LGBT – enfim, de todos os brasileiros.
Brasil será, finalmente, um país democrático.
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