Lula, da Santa Cândida ao Palácio do Planalto

No próximo domingo, dia do ano novo, o Brasil toma posse no Planalto: agora com o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva

(Foto: Ricardo Stuckert)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Santa Cândida, zona norte de Curitiba, sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, que foi o cativeiro do então ex-presidente Lula por 580 dias. Uma prisão injusta e orquestrada pela criminosa e farsesca Operação Lava Jato, no bojo de um processo político golpista e de criminalização de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) — o que favoreceu, pouco tempo depois, a ascensão de um governo da extrema direita ao comando do país nas eleições presidenciais de 2018.

A prisão de Lula foi festejada pelos setores mais reacionários das classes dominantes, que acreditavam no apagamento definitivo dele e de seu legado na história do país. Uma campanha odiosa jamais vista contra um líder político brasileiro – intensa e inédita. Nem o saudoso presidente Getúlio Vargas sofreu uma perseguição com tal intensidade e virulência.

continua após o anúncio

A engrenagem do aparelho judicial do estado brasileiro foi o instrumento escolhido para realizar o trabalho sujo. O ex-juiz e atual senador Sérgio Moro e o ex-procurador da República e deputado federal eleito, Deltan Dallagnol, foram os beleguins escalados para conduzir a nefasta e repugnante obra de destruição dos valores democráticos e de rebaixamento do estado de Direito — uma página macabra e infeliz na tortuosa trajetória do Brasil republicano.

Nestas linhas também é preciso falar de um ator relevante no processo de tentativa de destruição de Lula: a mídia corporativa, as redes de comunicação, espécies de capitanias hereditárias, controladas por um punhado de oligarcas, que abusam das concessões fornecidas pelo poder público, sonegando informações e rendas, ocultando as demandas populares e defendendo os seus privilégios de classe. Neste particular se destacou a Rede Globo, a emissora patrocinadora da Lava Jato, que comandou a cobertura golpista contra Lula e os governos petistas.

continua após o anúncio

O recém-lançado documentário “Visita, presidente”, dirigido pela jornalista Julia Duailibi, aborda a questão da prisão de Lula de forma fragmentada e centra a narrativa no depoimento dos personagens mais próximos do presidente eleito, passando ao largo do papel desempenhado pela própria Rede Globo na condenação midiática do nosso maior líder popular, sem o empenho da emissora da família Marinho a Lava Jato não alcançaria a repercussão e o impacto que teve entre a população brasileira. A Rede Globo ainda deve uma severa autocrítica por ter contribuído para o golpismo e o retrocesso democrático verificados nos governos de Temer e Bolsonaro.

Lula, é o nome da resistência

continua após o anúncio

Lula é, acima de tudo, um fenômeno de resiliência e reconstrução, sempre reinventando o seu percurso pessoal e político, foi assim quando enfrentou adversidades no terreno pessoal e, principalmente, na arena da política. No sindicalismo, comandou gigantescas greves, nos fins dos anos 70 e início dos anos 80, que foram vitoriosas e algumas vezes derrotadas, e prosseguiu adiante.

Lula liderou a fundação do PT e da CUT, as duas instituições mais representativas das classes trabalhadoras brasileiras, contra a opinião de diversos segmentos políticos da própria esquerda, e o tempo se encarregou de comprovar o acerto de sua posição.

continua após o anúncio

Derrotado nas disputas eleitorais para a presidência da República de 1989, 1994, 1998, foi o vencedor em 2002, conquistou mais um mandato (2006-2010) e ainda patrocinou a candidatura vitoriosa de Dilma Rousseff, em 2010. Ou seja, Lula sempre avançou e abriu caminho apostando na dinâmica volátil do jogo político e na disposição real das forças e projetos em disputa. Além disso, nunca abriu mão de sua poderosa intuição política.

O país acompanhou a saga de Lula, dividido e polarizado, durante o período em que ficou preso em Curitiba, na masmorra da Santa Cândida, ao mesmo tempo viu surgir um inédito movimento de apoio ao ex-presidente no acampamento da “Vigília Lula Livre”, que permaneceu ao lado do petista nos 580 dias de seu encarceramento, reunindo diariamente centenas e, em alguns momentos, milhares de apoiadores anônimos e ilustres — nossa gente daqui e personalidades de diversos países do mundo.

continua após o anúncio

A recente façanha de Lula, após enfrentar a mais sórdida e violenta campanha de desconstrução, foi voltar para o combate político, forjar amplas alianças, renovar o seu potente discurso de inclusão dos mais pobres e derrotar nas urnas um criminoso governo de extrema direita, que praticamente provocou a destruição do Brasil. Lula venceu, de novo, conquistando um terceiro mandato presidencial.

No próximo domingo, primeiro dia do ano novo, o Brasil toma posse no Planalto: agora com a palavra o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247