Lula dá lição de política em depoimento à Justiça

Tentaram humilhar Lula. Não conseguiram. O que ele fez foi dar uma lição de política e nacionalismo durante seu depoimento à Justiça, em Brasília, esta semana



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Tentaram humilhar Lula. Não conseguiram. O que ele fez foi dar uma lição de política e nacionalismo durante seu depoimento à Justiça, em Brasília, esta semana.

A cada pergunta que lhe faziam, muitas delas já feitas anteriormente, respondia o mais didaticamente possível explicando o que homens na posição que ocupam seus interrogadores já deveriam saber.

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Ao lhe perguntarem se as indicações para as chefias de diretorias da Petrobras foram feitas por ele, ele respondeu explicando como funciona um governo de coalisão no Brasil e no mundo.

Lula disse : "Quando se ganha uma eleição num governo presidencialista de coalisão o próximo passo é montar uma maioria no Congresso Nacional. Essa maioria não é montada com quem se deseja mas sim com quem foi eleito, com quem tem voto. Neste acordo programático haverá um acordo de participação no governo, onde estes partidos que comporão a base do governo indicam ministros, ocupam cargos.

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No caso da Petrobras, como já disse em outros depoimentos, vocês precisam compreender o papel das instâncias. Qual é o critério para a indicação de nomes ? Os partidos tem por exemplo um ministro e uma bancada no Congresso. Essa bancada conversa com o ministro e indica um nome de seu agrado. Esse nome vai para a Casa Civil, de lá para o GSI para ver se existe alguma denúncia contra o indicado. Se não tem o nome é mandato para o Conselho de Administração da Petrobras que indica o nome. É assim que funciona, não é o Presidente da República.

Ao ser questionado "se lembrava de um discurso seu de 2010 onde teria dito que a Petrobras em seu governo se tornou mais transparente e que ele participava das decisões da empresa, Lula disse :

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"Fui certamente o presidente que mais visitou a Petrobras. Decidi que era importante que o Brasil recuperasse o poder de construção de plataformas da Petrobras para não precisarmos mais importar da Coreia, da China; que era necessário criar uma indústria petrolífera forte no Brasil; que era importante definirmos uma política de engenharia e tecnologia. Por isso aprovamos a Lei de Conteúdo Nacional, onde 65% de tudo que fosse construído no país, fosse construído por nós, brasileiros. O Brasil é um país grande. Não pode ser um serviçal. Não somos uma republiqueta. Poderíamos crescer e atender toda a América Latina, toda a África que margeia esse rio que nos banha chamado Atlântico...

O papel do Executivo é participar por meio do Conselho Administrativo da Petrobras com ministros como o das Minas e Energia, por exemplo. Durante todo o meu governo só participei de uma reunião do Conselho feita para a definição da política estratégica da empresa para os próximos 20 anos, onde discutimos se íamos recuperar a indústria naval, a indústria de sondas, de plataformas, se íamos fazer a Lei de Partilha, se íamos exportar e o que fazer para a Petrobras voltar a ser do povo brasileiro. O presidente não define cargos. Os cargos são definidos de acordo com a capacidade técnica das pessoas, indicadas por partidos políticos e aceitas ou não pelo Conselho de Administração.

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Sobre a pergunta o que o senhor quis dizer com " agora a gente sabe o que acontece lá dentro, antes era uma caixa preta. O que o senhor fez pra ficar sabendo do que acontecia ?", Lula disse:

Pedi ao Conselho de Administração que acompanhasse mais a execução das decisões, porque a Petrobras é muito grande, tem milhares de pessoas participando entre uma decisão do Conselho de Administração, das diretorias até chegar aos acontecimentos na engenharia da Petrobras. Por exemplo, quando descobrimos o Pre Sal tínhamos que decidir o que fazer com ele. O petróleo não é das empresas estrangeiras que vem aqui comprar petróleo e gás. O petróleo é nosso. Então a Petrobras teve que tomar essa decisão estratégica. Dentro disso aprovamos que 75% dos royalties devem ir para a Educação, aprovamos a partilha. Incomodou muito as grandes petroleiras a decisão de um país que tinha complexo de vira-latas virar dono de seu próprio nariz. Agora estão tentando desmontar tudo. Um país que não tem soberania, não tem a direção de empresas de porte extraordinárias como a da Petrobras, sinceramente, não pode ser chamada de Nação.

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Este é apenas um pequeno trecho da aula dada por Lula- na internet para quem quiser ver- mas demonstra que a tentativa de acusar Lula de obstrução da Justiça no escândalo da Petrobras, só lhe deram a oportunidade de mais uma vez mostrar o papel que cumpriu como Presidente da República na defesa dos interesses e das riquezas do Brasil.

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