Lula avalia como (e quem) destravar projetos de desenvolvimento e a formação da base no Congresso
Já ficou claro para o presidente que ele não dispõe de um articulador político de envergadura capaz de dar conta do desafio
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O presidente está aflito, e já o manifestou a um interlocutor, com o andamento de seu governo em áreas cruciais.
A aflição de Lula tem duas razões. Já ficou claro para o presidente que ele não dispõe de um articulador político de envergadura capaz de dar conta do desafio. Alguém capaz de apontar um caminho confiável, dialogar e criar uma base de apoio parlamentar a partir da base estreita de esquerda, de apenas 130 parlamentares.
Em outra área vital, tampouco dispoe Lula de algum ministro capaz de mobilizar pelo governo projetos no setor empresarial e coordená-los num grande plano articulado, para imprimir ao Lula 3 uma marca ligada ao desenvolvimento econômico.
Existem dificuldades existenciais nestas duas áreas e o presidente, sob imensa pressão, em condições adversas, já percebeu a dimensão do desafio. O presidente ainda não sabe como sair desses impasses. Ou melhor, sabe, mas não tomou as decisões para mudar.
Lula sabe que terá que apresentar com urgência uma estratégia que inspire credibilidade e trazer os nomes capazes de abraçar essas duas imensas tarefas, ativar os instrumentos necessários e levá-las a cabo.
O presidente ouviu recomendações no sentido de esquecer velhas mágoas e incorporar nomes já experimentados.
Na coordenação política será necessário trazer líder com profundo conhecimento de como celebrar acordos com partidos, bancadas e parlamentares individuais. Colocar cargos e emendas na mesa. Afastar obstáculos de amigos e aliados, o que exige as minúcias de microgestão num Congresso empoderado.
No área do crescimento econômico, Lula precisa de alguém dotado de conhecimento e experiência para coordenar e destravar projetos na ponta, na sua implantação.
Ambas as tarefas são hercúleas, mas Lula já conseguiu antes, é bem verdade que em condições diferentes.
Lula sabe que o campo de suas responsabilidades é mais amplo do que nunca antes e precisa de lideranças fortes a quem delegar as duas áreas.
Os auxiliares de agora, alguns da intimidade do presidente, estão aquém da envergadura do que está em jogo, ao mesmo tempo que colocam a grande política no comando do tabuleiro.
Como se diz na Espanha, é si o si, não havendo muito tempo a perder.
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