Lula acelera na estrada do desenvolvimento

Ao se aproximar dos setores do comércio e da produção, Lula amplia apoios importantes para equilibrar o jogo na arena política

Lula e Alckmin com ministros em evento na Fiesp
Lula e Alckmin com ministros em evento na Fiesp (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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Nada tem sido fácil neste terceiro mandato de Lula, principalmente na área econômica. Colocar em pé sua proposta desenvolvimentista de aumento de empregos e renda parece uma miragem distante. 

Além de enfrentar uma tentativa de golpe de estado, de lidar com um parlamento hostil, de apetite voraz, com maioria programática e fisiológica de direita, o presidente tem ao seu cangote o bafo cáustico de uma política de juros que queima bilhões de reais numa fogueira alimentada pelo Guedesboy, Bob Neto, presidente do Banco Central. 

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Mas como Lula não é de mimimi e nem homem de lamentos, arregaçou as mangas e se lança em esforço sobre-humano, se dividindo entre reuniões políticas, administrativas, econômicas e encontros internacionais. Em apenas cinco meses, o presidente esteve em 10 países. Percorreu, como um super “caixeiro-viajante” do Brasil, o equivalente a 10 voltas ao redor do mundo.  Em cada país, Lula tratou de aprofundar as relações comerciais e tecnológicas de interesse comum. E obteve sucesso. Só na agenda do meio ambiente, o presidente conseguiu para o Fundo Amazônia a doação de R$ 3,2 bilhões dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. E mais a promessa de outros R$ 3,2 bilhões da União Europeia. 

Nos primeiros acordos do seu terceiro mandato, Lula fechou com a China, principal parceiro comercial do Brasil, além da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia, 20 acordos comerciais, um deles para viabilizar futuras parcerias público-privadas, que permitiram, entre outros, a construção de ferrovias no país. Internamente, Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiram aprovar a proposta do novo regime fiscal para as contas da União, que vai substituir o atual teto de gastos. Logrou ainda acabar com a paridade de preços dos derivados de petróleo com o mercado internacional. Com isso, a Petrobras conseguiu reduzir em 21,3% o gás de cozinha, em 12,8% o diesel e 12,6% a gasolina. 

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 Na última quinta-feira (25/05), Lula, ao lado de seu vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou na Fiesp a redução do IPI e PIS/Cofins de veículos de até R$120 mil. Os descontos irão de 1,5% a 10,79%. Essa medida, segundo a Indústria, deve aumentar as vendas em até 300 mil automóveis, apenas neste ano. No mesmo dia, o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, anunciou uma linha de financiamento bilionário para a indústria, nas mesmas condições de crédito já oferecidas ao agronegócio. É bom lembrar que o setor automotivo, desde Juscelino Kubitschek, sempre exerceu papel fundamental na economia brasileira. Ela conta hoje com 6 mil empresas de componentes automotivos e cerca de 420 mil empregos diretos gerados na cadeia produtiva. 

Em 2012, ainda nos governos petistas, a indústria alcançou um pico de 3,8 milhões de veículos leves comercializados no país. O Brasil atraiu naquele momento montadoras como a Nissan e as chinesas JAC Motors e Chery, além de fabricas de carros de luxo, como Audi, BMW, Jaguar, Land Rover e Mercedes-Benz. 

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 Mas bastaram apenas os 7 anos de Temer/Bolsonaro, para a produção cair para 2 milhões de veículos ano. A tal “ponte para o futuro” que nos levou ao abismo social e econômico.                     Ao se aproximar dos setores do comércio e da produção, Lula amplia apoios importantes para equilibrar o jogo na arena política. Se a economia for bem, que candidato vai querer ficar longe do palanque lulista?

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