Lula, a síntese de um país contraditório
Lula me faz sentir orgulho do nosso povo e do nosso país. E as tentativas de destruir esse símbolo, para mim, dizem muito mais sobre o caráter autoritário, anti-nacional e anti-popular da classe dominante brasileira do que das frágeis narrativas reproduzidas na TV

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A primeira vez que vi o Lula ao vivo foi nos comícios da campanha de 2002. Lembro do último comício antes do segundo turno na Praça Campos de Bagatele, na zona norte de São Paulo. Em meio a milhares de pessoas, subi num andaime que protegia uma grua para conseguir vê-lo.
Aquela campanha foi emocionante. E o desfecho ainda mais. Na Avenida Paulista, sob uma fina garoa, esperei ao lado de amigos o presidente recém eleito chegar. Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida.
O discurso do Lula naquela noite de 27 de outubro de 2002 me fez chorar. E muito. Nunca saiu da minha cabeça a frase "que ninguém nunca mais duvide da força da classe trabalhadora", dita antes do nosso líder cair em lágrimas.
De lá pra cá, muita coisa mudou.
Lula fez um governo moderado, de conciliação de classes, de desmobilização das forças organizadas, mas com avanços concretos para o povo brasileiro.
Anos e anos se passaram para que pudéssemos compreender o caráter daquele governo. Se fiz coro às vaias ao governo no começo, no final me emocionava com suas palavras de reverência ao povo brasileiro.
Lula fez pouco em relação à nossa expectativa, mas muito em comparação com tudo que tinha sido feito para os mais pobres na história do nosso país.
Essa é uma equação que muitos não conseguem resolver. Alguns caem na veneração cega; outros portam um ódio burro.
A classe dominante não admite o operário, embora ela tenha feito de tudo para agradá-la.
Não se entenderá a amplitude do significado de Lula sem decifrar o Brasil. E vice versa.
Lula é a síntese política de um país simultaneamente moderno e arcaico, paralelamente rico e pobre, que tem um povo curiosamente sofrido com o trabalho duro e irradiador de felicidade como no Carnaval.
Tive diversas oportunidades - graças ao nosso MST - de estar perto do Lula, como presidente e depois, e admito que em muitas delas me emocionei diante de um mito. Sempre que pude o toquei, abracei.
Lula me faz sentir orgulho do nosso povo e do nosso país. E as tentativas de destruir esse símbolo, para mim, dizem muito mais sobre o caráter autoritário, anti-nacional e anti-popular da classe dominante brasileira do que das frágeis narrativas reproduzidas na TV.
Toda a solidariedade ao presidente Lula e aos companheiros do PT. Espero que, daqui pra frente, ilusões políticas fiquem para trás e que juntos possamos enfrentar esse novo capítulo da luta de classes no Brasil.
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