Lula, a política externa e os EUA
A história está cheia de golpes patrocinados ou apoiados pelos americanos, quando lhes convém
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O Brasil tornou-se um "player" nas relações internacionais em razão da política externa independente, pacifista e multilateral do governo Lula. Mais do que pragmática, ela se assentava em princípios bem definidos sobre o não alinhamento aos interesses comerciais e estratégicos americanos. Daí a importância dada ao processo de integração regional na América Latina como contrapeso à pressão norte-americana por acordos bilaterais.
A entrevista de Lula à revista TIME criticando o presidente da Ucrânia, depois da crítica do papa, causou um "frisson" em certos meios, que acham que o ex-presidente em tese acertou, mas estrategicamente errou. Para esses setores suas declarações poderiam atrapalhar o apoio americano à lisura das eleições brasileiras, tendo o governo americano por fiador.
Essa posição merece comentários. Primeiro, Lula só reafirmou seu compromisso com uma política externa independente e multilateral pela qual o Brasil granjeou respeito internacional e aumentou suas exportações comerciais. Segundo, não há nenhuma garantia de que o governo Biden vá ajudar a respeitar o resultado das eleições brasileiras.
Ao contrário de nossa política externa, a política externa americana não tem princípios e nem amigos, só "bussines", interesses e conveniências. Quando se trata da democracia dos outros, não têm a menor consideração ou respeito. A história está cheia de golpes patrocinados ou apoiados pelos americanos, quando lhes convém.
PS. Há outras críticas de direita e de centro feitas contra a entrevista. Mas me dispenso de comentá-las. São dos aliados da OTAN e dos americanos.
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