Lobos em pele de cordeiro tentam enfraquecer greve geral

"Com receio de uma paralisação geral capaz de enterrar de vez seu projeto de reforma da Previdência, como já ocorreu em 2017, aliados de Paulo Guedes-Rodrigo Maia ensaiam manobras de última hora para tentar esconder que seu objetivo é fazer os assalariados a gastar mais, trabalhar mais e receber aposentadorias menores "escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247

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As vésperas de uma greve geral que já assume o perfil de uma paralisação histórica, convém recordar que nessas horas costumam aparecer lobos vestidos em pele de cordeiro.

Com a única finalidade de desmobilizar os trabalhadores e  diminuir a força de uma paralisação que pode enterrar de um projeto que é um golpe de misericórdia em toda esperança de amparo à velhice dos brasileiros, espertalhões da equipe econômica e dos partidos aliados de Bolsonaro ensaiam recuos e acenam com concessões.

Para esconder o verdadeiro objetivo da reforma, que é obrigar os assalariados a gastar mais e trabalhar mais para receber menos, agora falam em fazer um desconto na proposta original  e amenizar os cortes que pretendem aplicar nos aposentados. 

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Numa típica demagogia improvisada, de quem faz ofertas que podem ser retiradas a qualquer momento -- DEPOIS da paralisação -- ainda ensaiam um novo canto de sereia. Falam em acabar com a capitalização individual, que até ontem era a espinha dorsal de uma proposta orientada para esvaziar a previdência pública e agradar às instituições financeiras, às quais as novas gerações seriam obrigadas a entregar as economias que pudessem guardar para enfrentar a velhice.

Só não se diz o que se pretende fazer com os empresários aos quais se prometeu eliminar a contribuição do setor privado à Previdência, equivalente a 20% da folha de pagamento.

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A verdade é que, com ou sem ajustes dessa natureza, a proposta de reforma da Previdência de Paulo Guedes-Rodrigo Maia continua errada, ruim e inaceitável e deve ser retirada, como ocorreu em 2017. Não por acaso, Gleisi Hoffmann tuitou que "o PT continua firme contra a proposta de reforma da Previdência. Não fazemos acordo contra os interesses dos aposentados e dos trabalhadores. Seguimos lutando no Congresso e nas ruas". 

Isso acontece porque a proposta em curso não irá enfrentar os privilégios de militares e altos burocratas do Estado. Nem se propõe a taxar devidamente os 10% mais ricos do país, aqueles que embolsam 41,% da renda nacional e seguirão sem dar sua retribuição a uma sociedade de onde retiram uma riqueza imensa e desigual. 

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O plano consiste em enfraquecer nosso embrião de estado de bem-estar social, conquista  já ameaçada pela informalização crescente do mercado de trabalho.

Alguma dúvida?    

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