Lira alia-se a Campos para anular Lula-Pacheco e mira parlamentarismo unicameral bonapartista

Encontro Lula-Pacheco, na terça-feira, foi tentativa de ambos derrotarem Lira nas suas pretensões absolutistas bonapartistas

Arthur Lira (PP - AL)
Arthur Lira (PP - AL) (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)


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Com o presidencialismo, sob Lula nas cordas, sem maioria parlamentar, anulado pelo monetarismo ultra neoliberal do Banco Central Independente (BCI), aliado dos credores agiotas que não abrem mão da elevada taxa de juro Selic, empecilho ao desenvolvimento, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, julgando-se poderoso, mira o poder unicameral para mandar sozinho como serviçal da banca numa espécie maluca de parlamentarismo tupiniquim. 

Objetivo do poderoso representante da oligarquia alagoana, líder do Centrão: detonar a República bicameral e governar com medidas provisórias (MP), colocando, pragmaticamente, sob suas ordens o Senado e o Executivo; o encontro Lula-Pacheco, na terça-feira, foi tentativa de ambos derrotarem Lira nas suas pretensões absolutistas bonapartistas.  

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Institucionalmente, a manobra autoritária lirista, de conferir primazia à Camara nas decisões das comissões que analisam MPs, até poderia ser questionada; abriria debate sobre rompimento do equilíbrio entre poderes republicanos ou a equipotência entre eles, como diria ex-senador pernambucano, Marco Maciel, ex-vice-presidente de FHC.  

Representaria a argumentação política para mover impeachment contra titular da Câmara, dada a inconstitucionalidade evidente do assunto, que vira de cabeça para baixo a Constituição cidadã de 1988; mas quem possui o poder de instaurar o impeachment de Lira, senão o próprio Lira, ancorado em ampla maioria? Ele dispõe do poder e do apoio da classe dominante, da burguesia financeira, ou seja, o poder do capital, que comprou no parlamento BCI, , hoje, comandado por Campos Neto, porta-voz da Farinha Lima. 

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TUDO DOMINADO 

 Está, portanto, tudo dominado, como também diria o ex-senador Romero Jucá, ideólogo do golpe de 2016  : o BCI tem a prerrogativa de narrar, sem ser molestado, no Congresso, sua própria verdade, pois dispõe da mídia a seu serviço, como mancheteia O Globo em sua edição de hoje; como o relatório do Copom expôs, a taxa de juro somente cairá, para atender os interesses do poder executivo, se as expectativas de inflação estiverem controladas; como tais expectativas são meramente subjetivas, pois construída pela econometria no exterior da realidade, sem poder determiná-la, tal a realidade se transforma na subjetividade conjecturada pelos especuladores do mercado financeiro no cenário da financeirização econômica.   

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Lira está intransigentemente fechado com o BCI, comandante maior da política neoliberal, como já prenunciou, dado que foi na sua presidência que os neoliberais alcançaram essa vitória espetacular da direita fascista que deixa à deriva o sistema presidencialista politicamente anulado. 

Como a ata do Copom deixou claro que os juros poderão continuar subindo, porque as expectativas permanecem, o BCI, desse modo, cria suas próprias expectativas, induzindo os investidores a um comportamento conservador oposto ao que estaria vigorando se fosse traduzida em verdade a promessa eleitoral de Lula de que estimularia oferta de crédito com um dinheiro que, na verdade, não existe, se for mantida a narrativa ultra neoliberal do BCI. 

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Enfim, as expectativas do BCI, desacreditadas, porque há três anos erra em seus prognósticos, como demonstram seus relatórios, comandam a realidade fictícia adequada aos interesses dos bancos; estes, inequivocadamente, são manter a economia em recessão para combater inflação mediante diagnóstico ideológico de que ela é fruto do excesso de demanda da sociedade, que está passando fome com arrocho salarial imposto pelas reformas neoliberais dos golpistas de 2016.

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