Lições da campanha anti-comunista de 64

"O fim da história todos conhecemos. O começo também. Vale à pena recordar as lições que o passado trouxe até nós", lembra o jornalista

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Reprodução)


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Levantamento do Idec informa que 43% dos brasileiros maiores de idade tem medo de que o Brasil se transforme num país "comunista"-- termo que, neste contexto, serve para designar uma nação oprimida pela falta de democracia e liberdade.

Basta conhecer e recordar a natureza dos projetos de Lula e do Partido dos Trabalhadores para reconhecer a natureza dessa visão.

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Não estamos falando de um debate a partir de projetos reais -- mas de propaganda e manipulação política.

E aí é que reside um problema bem conhecido pelos estudiosos da evolução política de povos e países. Em situações de crise e confronto de maior envergadura, as fantasias mais absurdas alimentam a propaganda política e podem ganhar contornos de realidade para atender a interesses de quem se submete à visão de mundo da classe dominante.

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A discussão aqui envolve uma força que movimenta o mundo, a ideologia. Combustível dos  grandes meios de comunicação, seduz artistas de audiência e lideranças sociais que acabam transformando a mentira mais descarada em verdade absoluta.

Para ficar em casos recentes, basta recordar o teatro de fantoches do mensalão e da Lava Jato para compreender o fenômeno -- que perseguiu nossas lideranças mais auténticas e dizimou a democracia há pouco mais de uma década.

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Setores significativos da população foram às ruas para pedir a deposição da Dilma e a prisão de Lula, em julgamentos sem prova e denúncias sem fundamento. Basta ler com atenção as reportagens da TV e artigos dos jornais de maior circulação para compreender o que estava acontecendo. E é obrigatório recordar que, naquele universo de mentiras e significados trocados, os inimigos da pátria tomaram posse dos símbolos nacionais, passando a desfilar pelo país com as cores verde-amarela.

No início de 1964, eu vivia em São Paulo, num bairro de classe média alta, onde a   rua se dividiu -- uma parcela menor, onde meus pais se encontravam, recusou os apelos de setores da Igreja para participar das Marchas com Deus pela Família e pela Liberdade. A maioria dos vizinhos alinhou-se do outro lado, chegando a participar de campanhas de financiamento do golpe, entregando joias de família da campanha "Ouro pelo bem do Brasil".

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O fim da história todos conhecemos. O começo também.
Vale à pena recordar as lições que o passado trouxe até nós.

Alguma dúvida?

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(Anos mais tarde, revelou-se que boa parte dos recursos "para o bem do Brasil" ajudaram a encher os bolsos dos espertalhões que trabalhavam pelo golpe.  Depois de enganar a consciência de milhões, empreendedores do golpismo colocaram a mão em seu dinheiro. Nenhuma surpresa, vamos combinar)

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