Lênin: um visionário
Lênin, em seus escritos no livro “O Imperialismo – Fase Superior do Capitalismo” que datam de 1916, parece tão atual que chega a assustar e nos remete a uma importante reflexão: o que ele previa e falava é tão atual e mesmo assim não demos a devida atenção
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Lênin, em seus escritos no livro “O Imperialismo – Fase Superior do Capitalismo” que datam de 1916, poderia muito bem ser tratado como um viajante do tempo, tal como relatado na série “DARK”, da Netflix. Um visionário.
Lendo sua obra, parece tão atual que chega a assustar e nos remete a uma importante reflexão: o que ele previa e falava é tão atual e mesmo assim não demos a devida atenção.
Destaco alguns trechos:
“O capital financeiro não quer a liberdade, mas a dominação”. A falaciosa ideia do liberalismo econômico é exemplo disso. O que antes era a busca de dominância territorial (colônias), hoje converteu-se em dependência econômica, uma espécie de colônia comercial.
Lênin cita o historiador Driault ao retratar essa avaliação. “Nestes últimos anos, todos os territórios livres do globo foram ocupados pelas potências europeias ou pelos Estados Unidos. Por causa disso, já se produziram alguns conflitos e deslocamentos de influência, que anunciam transformações mais terríveis num futuro próximo. Porque é preciso andar depressa: as nações que não se abastecerem correm o risco de não o fazer mais, e de não tomar parte da exploração gigantesca do globo, que será um dos fatos mais essenciais do século 20. Eis porque toda Europa e Estados Unidos viram-se recentemente tomados da febre da expansão colonial, do ‘imperialismo’, que é a característica mais notável do fim do século 19”.
Citando Kaustsky, diz: “não está excluído que o capitalismo passe ainda por uma nova fase: a aplicação da política dos cartéis à política externa, uma fase de ultra-imperialismo (superimperialismo)...a fase da exploração geral do mundo pelo capital financeiro, unido internacionalmente”. É o que hoje vemos acontecendo em vários países, inclusive no Brasil, e os interesses ianques (principalmente) em nossas reservas de petróleo (Pré-Sal) e da Amazônia, que estão sendo entregues de bandeja pelo (des)governo subserviente de Jair Bolsonaro, ou ainda, nas crises plantas como fazem com a Venezuela, sob a falsa alegação de um regime autoritário – que por sinal, só se faz presente dadas às ameaças imperialistas.
Ele também nos lembra que “o imperialismo é, pela sua essência econômica, o capitalismo monopolista”. E tal “monopólio, que nasce única e exclusivamente da livre concorrência, é a transição do capitalismo para uma estrutura econômica e social mais elevada”.
Sobre os riscos do capitalismo, alertava que “o sinal do nosso tempo é o entusiasmo ‘geral’ pelas perspectivas do imperialismo, a sua defesa furiosa, o seu embelezamento por todos os meios. A ideologia imperialista penetra até mesmo no seio da classe operária, que não está separada das outras classes por uma muralha da China. Se os chefes daquilo a que agora chama Partido ‘Social-Democrata’ da Alemanha foram corretamente qualificados de ‘social-imperialistas’, isto é, de socialistas de palavras e imperialistas de fato”. Ora, o que estamos vendo em nossa sociedade contemporânea, a não ser trabalhadores apoiando o fim dos direitos trabalhistas e a reforma da previdência, iludidos por discursos falaciosos e muito bem montados para ludibriá-los?
A própria separação da classe trabalhadora – o que é um absurdo – demonstra isso. A ascensão que tiveram nos últimos anos durante os governos petistas, não foi acompanhada do fortalecimento da base, o que foi um grande erro! E por conta disso, muitos se acharam “burgueses”, criando a ilusão de que deveriam se comportar como tal – o que inclui a negação das lutas de classes e o alinhamento com discursos notadamente capitalista, e o apoio às cegas a candidatos direitistas e seus discursos de ódio. Esquecem-se, porém, que o tal liberalismo não liberta os trabalhadores da exploração capitalista!
Lênin nos mostrou o que estava por vir. E por que não aprendemos? Talvez a esquerda deva fazer realmente essa revisão de seus atos e se reestruturar com unidade. Não adiantará nada assistirmos passivamente sem que coloquemos em prática nossos ideais. Já disse outras vezes que hashtags não farão a devida revolução cultural/social que a sociedade tanto carece. É preciso investir na educação, na conscientização do povo, ocupar as ruas, centros acadêmicos, escolas, igrejas. Só assim faremos frente ao fascismo e todo retrocesso que se implanta em nosso país.
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