Lembranças de um golpe contra Dilma Rousseff
A novidade é que pela primeira vez, um ministro da Suprema Corte ter reconhecido que não houve qualquer crime de responsabilidade praticado pela ex-presidenta
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Adilson Roberto Gonçalves
A novidade não é a constatação de que foi um golpe branco, parlamentar, que depôs Dilma Rousseff em 2016, mas, sim, pela primeira vez, um ministro da Suprema Corte ter reconhecido que não houve qualquer crime de responsabilidade praticado pela ex-presidenta.
O clamor para que o STF anule a sentença terá valor simbólico, necessário, mas nada alterará o abismo político e o caos social em que fomos jogados a partir de então. Seria importante para as biografias dos magistrados, mais até do que para Dilma, que sabia muito bem o que estava acontecendo e não se submeteu às pressões de Eduardo Cunha e a corja que ele comandava. Ela não manchou sua história!
Resgatando escritos meus da época, uma série de cartas foi tentada para os jornalões, a maioria sem publicação, por óbvio. Sempre é bom resgatar alguns comentários para reforçar a necessidade de se estar do lado certo da História.
A manobra no Senado para tornar menos vergonhosa a ação, mantendo os direitos políticos de Dilma, apenas reafirmou a farsa. Farsa que se repetia como tragédia. O “impeachment” foi a usurpação do poder, apoiada pelos tucanos, para impor um projeto rechaçado nas urnas em 2014. O Partido dos Trabalhadores errou em algumas escolhas e decisões, mas Dilma Rousseff foi o bode expiatório para dar uma aura de legitimidade ao ódio instalado e instilado ao PT desde então, lema da nefasta campanha de 2018.
O interino golpista Temer foi eleito junto com Dilma, diziam os defensores do “processo legal”, porém traiu toda a plataforma política vencedora e aplicou a condenada política antitrabalhista e anti-social.
A fotografia que ilustra o texto é a única que possuo com ela, por ocasião da entrega do Prêmio Jovem Cientista de 2011 - eu orientei uma das ganhadoras ,- quando também foi anunciado o programa Ciência Sem Fronteiras.
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