Leiam Amoêdo
Não adianta fazer uma campanha moderada, não adianta fazer autocríticas, não adianta fazer concessões programáticas, não adianta elogiar tucanos e torquemadas. "Eles" não admitem nossa "existência"
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O senhor João Amôedo assinou e o jornal Folha de S. Paulo de 21 de outubro de 2018 publicou artigo intitulado "Estamos ainda distantes do Brasil que queremos".
O artigo anuncia que, no domingo 28 de outubro, Amoêdo votará "mais uma vez contra o PT, mas, como das vezes anteriores, não é em um projeto em que acredito".
Amoêdo não explica por quais motivos ele não acredita em Bolsonaro, acerca do qual nos diz apenas que faria "um governo cujos planos e capacidade de execução desconhecemos".
Por outro lado, Amoêdo desanca o PT. Entre as críticas usuais, aparecem três afirmações que recapitulo a seguir, na mesma ordem em que aparecem no artigo supracitado:
1/ o PT "deveria ter seu registro no mínimo questionado";
2/ "ninguém que tenha um mínimo de informação e coerência pode aceitar a existência de um partido como o PT";
3/ "a saída do PT do poder de forma consistente só acontecerá com a nossa evolução como sociedade".
O roteiro está claro.
1/ Cassar o registro do PT.
2/ Proibir que o PT exista.
3/ Eliminar as condições de uma possível ressurgência do PT.
Amoêdo foi candidato à presidência da República pelo partido Novo. Recebeu 2.679.744 votos no primeiro turno. Seu patrimônio, declarado ao TSE, é de 425 milhões de reais.
Sua posição sobre o PT é a mesma de boa parte da "elite" econômica: usar Bolsonaro para "limpar as cavalariças". E depois, no futuro, produzir uma alternativa "consistente".
Acontece que "ninguém que tenha um mínimo de informação e coerência" pode desconhecer que acerca dessas coisas (eleger um fascista, cassar e caçar a esquerda), só se pode ter certeza sobre como começam. Mas ninguém pode ter certeza sobre como terminam. E geralmente não terminam nada bem.
Seja como for, os petistas e toda a esquerda precisam ter claro que este é o plano de grande parte das "elites" brasileiras.
Não adianta fazer uma campanha moderada, não adianta fazer autocríticas, não adianta fazer concessões programáticas, não adianta elogiar tucanos e torquemadas. "Eles" não admitem nossa "existência".
Mais um motivo para derrotar esta gente no dia 28 de outubro.
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