Lacombe, Constantino e Augusto Nunes - O triunvirato do jornalismo bolsonarista
A tríade mais famosa e conhecida historicamente, se formou em Roma e teve como “acordes” Pompeu, Crasso e Júlio Cesar. O primeiro triunvirato
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O triunvirato ou triarquia, era aliança uma política estabelecida entre três governantes ou três personalidades em condição de igualdade em nível e influência, que se reúnem para fazer a gestão de uma entidade ou completar uma missão. A tríade mais famosa e conhecida historicamente, se formou em Roma e teve como “acordes” Pompeu, Crasso e Júlio Cesar. O primeiro triunvirato. Embora essa aliança tenha sido de caráter quase informal, a ideia era que um complementasse o que faltava no outro e juntos pudessem transmitir uma imagem política forte, convincente e respeitável.
No jornalismo brasileiro atual temos uma trinca de fazer inveja aos antigos romanos. Não pela credibilidade que a união das três figuras em torno do presidente Jair Bolsonaro produz, mas pelas declarações que beiram o mal caratismo pessoal e profissional de ambos. Chega a dar nojo. Ernesto Lacombe, o boneco Ken dessa mídia tendenciosa, desde os tempos de Band já vinha demonstrando um alinhamento conveniente com o atual governo. Agora, na Rede TV, ele apresenta o programa “Opinião no ar”, que também poderia se chamar “Cacas ao vento” devido o teor dos comentários feitos pelos participantes.
A exceção de Amanda Klein, a sobrevivente às desastrosas ideias conservadoras e estúpidas apresentadas na atração, a bancada é formada por adoradores do fascismo. Durante o programa do último dia 01/10, Lacombe se declarou contrário a todo e qualquer tipo de cota, acompanhando a opinião da convidada, Fabiana Barroso, apresentada como advogada e analista política. Na opinião da advogada, que é branca, loira e trajava um modelito “Barbie fascista de luto”, “As cotas nos dividem”, determinou ela. Que também afirmou, com a concordância de Lacombe, não haver desigualdade social no Brasil. Um meme pronto, ao vivo e a cores, para quem quiser se divertir com o non sense da branquitude privilegiada e negacionista.
O papel de Lacombe na aliança, é manipular a informação e formar a opinião do telespectador em defesa de Bolsonaro. Óbvio que qualquer um com mais de dois neurônios funcionando, não cai na dele. Quanto o governo lhe paga para protagonizar esses micos brancos eu não sei. Mas, posso imaginar que a quantia seja suficiente para que ele mantenha o seu Botox em dia. Porque, vou te falar uma coisa, a cara do sujeito nem treme quando ele verbaliza esses absurdos.
Falando em absurdos, Rodrigo Constantino, a segunda peça do triunvirato, sempre gostou de passar vergonha em público com suas opiniões que qualquer moleque do 6º ano as refuta. Sua missão no trio é a de explicar as declarações dadas pelo presidente. Apesar de a tarefa a se cumprir ser árdua e ingrata, ele veste a camisa, arregaça as mangas e sai pelos microfones afora tentando justificar o injustificável e nos fazer compreender o incompreensível. E ele acredita que consegue. Chegou a dizer que: “Bolsonaro defende que um povo ordeiro, quando armado, impede a tirania” Ou seja, o presidente estaria preparando uma resistência contra si próprio.
Também sob exercício de sua função, Constantino saiu com um pano na boca tentando limpar a barra de Bolsonaro, quando este manifestou apoio às manifestações contra o STF, que pediam intervenção militar e tentou classificar os movimentos anti fascistas como terroristas. Segundo o jornalista, Bolsonaro é um defensor da soberania nacional. Um gênio incompreendido vítima de uma movimentação golpista. Ele ainda ajudou Bolsonaro a convencer o povo de que obras feitas pelos governos do PT, foram realizadas pelo atual governo. Segundo ele: “Inaugurar obras é mérito, não defeito”. Concordo. Defeito é inaugurar como sua, obras realizadas por outros.
Fechando o triunvirato de jornalistas elitistas a serviço do governo, temos o veterano Augusto Nunes. Se Constantino tenta explicar e passar pano, Nunes se encarrega de ressignificar o que o presidente diz. Ao dizer que Bolsonaro estava apenas sendo irônico ao declarar que acabou com a lava jato, porque não tem mais corrupção no governo, o decano do trio chamou a todos nós de idiotas. E devemos ser mesmo. Conservador até o talo, ele semeia notícias pontuadas de hipocrisia, elitismo e contradição. Tudo sob um tom sério e professoral. Como da vez em que convocou a população a apoiar Bolsonaro, “na luta contra o surto de pavor infundado sobre o coronavírus”
Augusto também tem senso de humor. Comentarista político da Rede Record, uma emissora alinhada ao governo, ele disse que a oposição precisa aceitar que o país seja governado por quem ganhou a eleição. Logo ele, que nunca aceitou a eleição de Dilma Roussef, a quem chamou de “analfabeta em várias línguas” e sempre teceu críticas permeadas de machismo e misoginia, sob a égide da defesa de sua ideologia política. Talvez, esse triunvirato esteja mais para “Os três patetas” ou para um grupamento de milícia jornalística bolsonarista. Se incluíssem o Caio Copolla da CNN, viraria um versão supremacista branca de “Os trapalhões”.
O problema é que esse último anda meio desiludido com o seu herói, depois que o viu entregue a um abraço hétero e afetuoso com Dias Toffoli, presidente do STF. Ainda não vi as explicações do triunvirato a respeito da troca de carícias, mas, com toda a certeza, dirão que não é bem isso que nós estamos pensando. Pelo visto, não foi só a corrupção que acabou no Brasil. A vergonha também anda em falta.
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