Juros da morte
"Essa taxa imposta unilateralmente pelo BC, paralisa o país, os empregos, as indústrias estagnam, empresas encerram atividades e dão férias coletivas"
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Os diretores do Banco Central do Brasil são em maioria técnicos, economistas, considerados notáveis, pois falam um economês crônico, hermético. Não sei se é assunto fácil, mas quando não se quer explicar ‘falar difícil’ é uma boa saída pela direita. Essa taxa de 13,75%, imposta unilateralmente pelo Banco Central, paralisa o país, os empregos, as indústrias estagnam, empresas encerram atividades e dão férias coletivas, haverá mais fome ainda. Inimaginável até mesmo pelo Nobel da economia Joseph Stiglitz que define a taxa como ‘chocante’ e ‘pena de morte’ da economia.
Alguns comentaristas conservadores defendem que os juros altos diminuiriam a inflação e que precisam segurar o excesso de compra e moeda circulante. Ora, vivemos na era do PIX, os bancos e até as lojas dão cartões aos seus fregueses, sem nenhum custo à Casa da moeda ou Banco Central. Moeda física existe na cabeça de antigos. A Casa da Moeda não precisa rodar suas prensas com suas notas coloridas protegidas de falsificações, aliás, quem já recebeu uma nota de R$200,00. Claro, quem usa dinheiro como antigamente?!
Dos entulhos da transição de governo sobrou o monetarismo anacrônico, pelo qual o Banco Central pode impor taxas esnobes altíssimas sem nenhuma explicação plausível, 13,75%, a qual, evidentemente, sabota o crescimento das indústrias, dos empregos e da recuperação do país. Pelo último relatório do Banco Central, parece que a ideia é elevá-la bem acima do bom senso, ‘para combater a inflação’!
Perguntaram ao Lula se vai entrar na guerra da Rússia-Ucrânia. Não – disse Lula, vamos buscar um plano de paz! Não perguntaram ao Lula, mas ele falou duro sobre os altos juros do Banco Central.
Economistas brasileiros de renome afirmam que as taxas do Banco Central estão em níveis inaceitáveis e assinam manifesto Bresser Pereira, Leda Paulani, Mônica de Bolle, Luiz Gonzaga Belluzzo, Luciano Galvão Coutinho, Nelson Marconi, Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas.
Um dos pais do exitoso Plano Real, André Lara Resende, também se insurge contra esse monetarismo obtuso do Banco Central. Segundo ele, em seu artigo Juros, moeda e ortodoxia, disponível em PDF na Net: “mudaram-se os tempos, a teoria foi revista a contragosto, mas o apego à ortodoxia monetária continua tão forte quanto antes. Hoje a ortodoxia já não dita regra para o controle dos agregados monetários, mas para a taxa de juros”. Se a taxa de juros é mantida alta por muito tempo ela aumenta a inflação, em vez de abaixar, diz o economista.
Jeffrey Sachs, Nobel da economia, afirmou que “o Brasil é punido por taxas de juros altíssimas, por políticas de juros altos do Banco Central, muito difíceis de explicar”, acrescentando que a “situação fiscal do Brasil é totalmente distorcida através de juros extraordinariamente altos”.
Banco independente?! Ora, que o seu presidente preste contas, e não ao Roda Viva, mas no Congresso!
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